A tubulação que faz a transposição entre o Rio Grande, em Rio Grande da Serra, e o Taiaçupeba, em Suzano, foi entregue em outubro de 2015 pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Desde então, moradores do entorno reclamam de danos estruturais recorrentes no local. Somente nesta semana foram ao menos quatro vazamentos em diversos pontos.

“A tubulação vaza desde que começaram a bombear, na inauguração, e continua vazando. O mesmo ponto que vazou continua, do lado da ponte do Rio Grande. Ali é constante”, conta o assistente social José Soares da Silva, 56 anos.

A equipe de reportagem do Diário esteve no local e notou vazamento de baixa pressão no trecho que passa por baixo da Avenida Guilherme Pinto Monteiro. No início da semana, o vazamento chegou a uma pressão vista de longe por quem passava pelo local.

Segundo o metalúrgico aposentado Antônio Dias, 68, a água estava saindo por pelo menos 30 minutos dos parafusos. “Passei na ponte e vi agora este vazamento. Não sei por que está assim? Apenas vemos que está vazando”, relata.

Para o desempregado Álvaro Saturnino, 22, o vazamento que atingiu a área no início da semana, entre segunda e terça-feira, está relacionado à falta de manutenção. “Estava bem grande, eu passava aqui e dava para ver bem alto, da altura de um poste. Estava até bem mais alto. Quando a gente passa na ponte sai bastante água na parte em que ficam os parafusos.”

Conforme a especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes, o problema gera impacto ambiental. “A tubulação está passando dentro do rio, então, quando começa a jorrar água ela vai toda para a margem e faz com que a terra, o sendimento, se desloque e vá mais para o fundo, o que causa um assoreamento deste rio.”

Questionada, a Sabesp informou que a interligação Rio Grande-Taiaçupeba transporta água bruta – antes do tratamento – para o Sistema Alto Tietê, em Suzano. “Em caso de vazamento, a água volta para o mesmo local onde foi captada, já que a tubulação flutua sobre o leito do rio e a represa. Não há nenhum tipo de prejuízo ambiental”, informou em nota.

A companhia, que ontem divulgou pretender enviar até o fim do ano novo modelo de estrutura da tarifa de saneamento para a agência reguladora estadual, afirmou que providenciará reparo no trecho da adutora citado, “assim como é feita a manutenção nas tubulações da empresa sempre que necessário”.