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Revés na eleição à Prefeitura gera crise no PT de São Bernardo
Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
07/11/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


 Diante de sua maior crise institucional em âmbito nacional, o PT também expõe graves sinais de fragilidade em seu berço político, São Bernardo. A derrota ainda no primeiro turno, com Tarcisio Secoli, somado ao apoio desarticulado ao prefeiturável do PPS, Alex Manente, no segundo turno, que culminou no triunfo de seu maior rival, Orlando Morando (PSDB), deixaram o partido rachado.

Sem uma discussão sobre o desempenho da legenda no pleito municipal e futuro político, a agremiação é palco hoje de incertezas, partindo de seus líderes. Maior expoente, o prefeito Luiz Marinho (PT) vem sendo alvo de cobranças justamente por não dialogar com as bases partidárias e ainda insistir pela manutenção de seu irmão, Brás, no comando do diretório local, a partir da eleição do ano que vem.

Parte dos militantes históricos reclama abertamente da falta de comando e de discurso de Brás. Eles tentam organizar blocos para defender novas lideranças dentro do diretório. Comenta-se que muitos pensam em deixar o partido caso o irmão do prefeito permaneça na presidência do petismo.

Fora da Prefeitura, Marinho é apontado como um dos quadros para liderar o PT em âmbito nacional. A discussão ainda é preliminar entre as lideranças do partido, porém, seu nome é defendido pela proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É notório também que Marinho projeta liderar o partido na candidatura ao governo do Estado em 2018. Assim, assumir a direção nacional poderia atrapalhar seus planos.

No município, além de perder o Executivo para o maior rival, o PT viu sua bancada de vereadores ser reduzida de oito para cinco parlamentares. Entre os que ficaram de fora está o filho do ex-presidente Lula, Marcos.

Um coordenadores da campanha de Tarcisio, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira cobrou debate. “O nosso momento é lamber as feridas, quieto. Precisamos voltar a ter força e isso vai se dar depois de um diálogo bastante reflexivo. Precisam ser incluídos a juventude, os movimentos sociais e as demais áreas. Quero ajudar de forma crítica e propositiva.”

No segundo turno da eleição, o partido anunciou neutralidade, porém, liberando seus filiados para a escolha. Alguns deles, como o deputado estadual Teonílio Barba e o presidente da Câmara, José Luís Ferrarezi, anunciaram adesão a Alex. Houve muita contestação no partido, principalmente porque o popular-socialista foi um dos votos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Nós precisamos ter muita calma para ver como será feito esse diálogo. Uma coisa é certa: precisa haver mudanças radicais no PT para que eu continue me vendo dentro deste partido. O partido internamente tem suas forças, suas tendências. Mas está sem norte. Quem será a pessoa a fazer essa futura discussão? É preciso que se jogue os egos no lixo. Estávamos acostumados a ganhar”, disse Ferrarezi.

 




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