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Mercosul leva proposta comum à Alca
Por Da AFP
16/11/2003 | 15:26
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O Mercosul levará uma proposta comum de negociação à reunião ministerial da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em Miami, embora as diferenças internas persistam entre os quatro membros do bloco sul-americano. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai defenderão um mercado comum com possibilidade de liberdade de ação para a assinatura de acordos bilaterais ou multilaterais. Pelo menos nos temas para os quais não haja um consenso até 1º de janeiro de 2005 - data prevista para o fim das negociações.

"Ante a possibilidade de um fracasso, como o da rodada da OMC (Organização Mundial de Comércio) em Cancun, há entendimento para que a Alca possa ser posta em marcha mediante concessões bilaterais (que seriam do tipo 'quatro mais um' para o Mercosul)", segundo uma fonte argentina.

Os quatro países também estão de acordo em dar prioridade à eliminação das travas ao comércio agrícola. Mas o Brasil não descarta negociar alguns produtos - como o açúcar - independentemente da proposta do Mercosul. Mas, para isso, será preciso analisar os custos políticos da opção.

O Brasil - que junto com os Estados Unidos preside as negociações - tem três objetivos, segundo analistas brasileiros: obter maiores prazos para abrir seu mercado em setores considerados frágeis, melhorar o acesso ao mercado americano para seus produtos mais competitivos e também manter seu perfil de líder regional.

A Argentina também se interessa especialmente em entrar nos Estados Unidos com seus produtos do setor siderúrgico, competitivos mas limitados pela pressão da influente indústria americana do aço.

Segundo Martín Redrado, secretário de negociações econômicas internacionais, "a Argentina, junto com o Brasil, deseja incorporar às negociações regras antidumping (concorrência desleal) e uma agenda de temas agrícolas".

O Uruguai, que quer um acordo bilateral de livre comércio com os Estados Unidos independentemente de seus parceiros do Mercosul, insistiu na proposta de "uma Alca que não impeça nem imponha". Isto é, que envolva uma integração comercial continental de maneira gradual e que contemple os interesses dos 34 países que participam da iniciativa.

O Paraguai reclama acesso a mercados e o fortalecimento das indústrias nacionais. Segundo os pesquisadores, apesar das diferenças "o Mercosul como bloco foi capaz de apresentar uma posição comum nas principais instâncias de negociação de sua agenda (OMC, Alca, acordo com a UE)".




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