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Índice de homicídios caiu 75,63% nos últimos 6 anos em Diadema
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
25/01/2006 | 08:11
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Diadema conseguiu cumprir a meta estipulada no ano passado para a redução de homicídios e obteve, em 2005, a taxa de 26,89 assassinatos por 100 mil habitantes. O objetivo era ficar abaixo do índice 30. Acima desse número, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a situação é semelhante a uma guerra civil.

As estatísticas foram fornecidas pela Secretaria de Defesa Social de Diadema, com base em dados transmitidos pela delegacia seccional do município e Polícia Militar da região. Os números oficiais da Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre todo o ano de 2005 ainda não foram divulgados.

A taxa de 26,89 homicídios é o melhor número obtido por Diadema desde 1996, quando o índice começou a ser mensurado. Naquele ano, a taxa chegou a 100,30. O pico de assassinatos ocorreu em 1999, com índice de 110,32, quando Diadema foi considerada a cidade mais violenta do Brasil.

Comparando-se as taxa de 1999 e 2005, os homicídios diminuíram 75,63% nesses últimos seis anos. De acordo com a Prefeitura e políciais Civil e Militar da região, esse resultado positivo ocorreu por causa da interação entre o poder municipal e as polícias, a implantação de dois Planos Municipais de Segurança Pública e a adoção de projetos sociais com o envolvimento da comunidade.

Entre as principais medidas dos planos de segurança que contribuíram para a redução das mortes, destaca-se a Lei dos Fechamentos dos Bares, ma-is conhecida por lei seca, implantada em julho de 2002. A medida estabelece que os bares fechem as portas das 23h às 6h.

Segundo pesquisa do instituto Pire (Pacific Institute for Research and Evaluation), Ong (Organização Não-Governamental) americana que estuda a relação entre álcool e violência, a lei seca em Diadema ajudou a evitar 12 assassinatos e nove agressões domésticas a mulheres por mês, em média.

“Estamos muito felizes porque conseguimos alcançar a nossa meta traçada no início do ano passado. A redução dos assassinatos não se deve a fatores isolados, mas a todo trabalho feito não só pela Prefeitura, mas também pelas polícias e outros departamentos municipais”, ressaltou a secretária de Defesa Social, Regina Miki.

A secretária destaca, entre as ações realizadas pelo poder municipal, além da lei seca, o programa Adolescente Aprendiz, que atende jovens entre 14 e 15 anos moradores de áreas de risco social. Os participantes recebem orientações profissionais e bolsa-aprendizado. Atualmente, existem 13 núcleos do projeto distribuídos nos bairros da cidade.

No início de fevereiro começa a ser posto em prática uma das principais medidas do 2º Plano Municipal de Segurança, anunciado no ano passado. Começarão os cursos para mediadores de conflitos que atuarão em núcleos habitacionais, com o objetivo de resolver desentendimentos entre moradores da própria comunidade, que poderiam resultar em assassinatos.

“Segundo pesquisamos, 80% dos homicídios em Diadema ocorrem por desavenças entre pessoas que se conhecem e habitam a mesma região. No primeiro momento, 50 técnicos da Prefeitura e 100 moradores receberão treinamento e agirão como agentes multiplicadores pelos núcleos habitacionais da cidade”, afirmou a secretária.

“Considero que a integração entre os poderes foi o fator preponderante para a redução dos assassinatos. Por parte da Polícia Civil, conseguimos esclarecer um número considerável de casos, o que inibe a ação de possíveis criminosos”, disse o delegado-assistente da Delegacia Seccional de Diadema, Mitiaki Yamamoto.

“No ano passado, a Polícia Militar da região realizou ações de combate ao tráfico de drogas e fez muitas apreensões de armas. Esses dois fatores estão relacionados diretamente aos casos de homicídio e ajudaram na sua redução”, afirmou o comandante-interino do 24º Batalhão, responsável por Diadema, major Lima Teixeira.

Bala perdida – Apesar dos índices positivos sobre assassinatos, anteontem houve um tiroteio no Jardim Bandeirante, que resultou na morte de um homem e feriu uma dona-de-casa que não estava envolvida no confronto.

A troca de tiros ocorreu em uma oficina de funilaria localizada na rua Arthur Pereira. Segundo a polícia, no local houve uma briga entre dois rapazes e três outros homens, que estariam envolvidos em roubos pela região.

Morreu com um tiro no peito Alex Sandro da Silva, 20 anos. A dona-de-casa Maria Elza Pereira, 44 anos, levou um tiro na boca após abrir a porta de sua residência. Ela está internada sem risco de morte no Pronto-Socorro Central.

Wellington de Almeida Mota, 20 anos, foi baleado na barriga e indiciado por porte ilegal de arma, pois utilizou um revólver 38 sem autorização. O rival de Silva e Mota, segundo a polícia, é um homem conhecido como Tinha, que foi até a oficina com mais dois comparsas. Os três estão foragidos.




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