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Quintao critica falta de controle sobre Ongs
Do Diário do Grande ABC
16/05/2000 | 08:24
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O ministro da Defesa, Geraldo Quintao, criticou a atuaçao das Organizaçoes Nao Governamentais (ONGs) no país, particularmente na Amazônia, e defendeu um maior controle por parte do governo sobre essas instituiçoes. "O que fazem essas ONGs que estao aí cheias de dinheiro, que propagam ao mundo que defendem os índios, e que estariam aqui no Brasil para defendê-los?", questionou o ministro, durante palestra no encerramento da visita que fez a diversas unidades de fronteira da regiao.

"Sao ONGs que se banqueteiam de recursos internacionais e que dao umas migalhas para os índios que moram no norte do Brasil", disse o ministro. Ele defende uma maior participaçao de todos os órgaos federais, principalmente a Fundaçao Nacional do Indio (Funai) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além do Ministério da Saúde, na Amazônia. O ministro Quintao constatou que a ausência desses órgaos faz com que todo o trabalho de assistência às populaçoes, inclusive aos índios, seja executado pelo Exército.

"Nao se pode negar que o trabalho das ONGs preenche uma lacuna", reconheceu o comandante da Amazônia, general Alcedir Pereira Lopes, para quem algumas dessas instituiçoes "insuflam" os índios. De acordo com levantamento dos militares hoje existem mais de 800 ONGs atuando.

O deputado Sérgio Miranda (PcdoB), um dos integrantes da comitiva, concorda com a tese do general Alcedir e vai mais longe: "O maior patrocinador das ONGs é o próprio Fernando Henrique". O deputado, embora reconheça o trabalho feito pelo Exército na Amazônia, acha que, em vez de o governo responsabilizar as ONGs pelo que lá acontece, deveria fazer com que o Estado exercesse o seu papel. O deputado Eduardo Jorge (PT-SP) acrescenta que o Brasil precisa ter uma política definida para a Amazônia e colocá-la em prática. "Se o governo faz a sua parte, nao tem problema nenhum receber ONG", disse.

O deputado Antônio Feijao (PSDB-AP) é radicalmente contra a presença dessas instituiçoes na regiao. Mas, tanto ele, como todos os demais parlamentares e o próprio ministro Quintao, fazem questao de dizer que "existem ONGs e ONGs". Para Feijao, essas ONGs que se expandiram a partir da realizaçao da Conferência Mundial do Meio Ambiente, a Eco 92, se tornaram verdadeiras "agências de gigolagem antrópicas".

Ong francesa - O ministro Quintao se surpreendeu com índios subnutridos. Ele se disse surpreso com a presença de uma ONG francesa, comandada por Daniele Mitterrand, mulher do ex-presidente francês François Mitterrand. "Agora, vejam, chega uma ONG francesa, cheia de dinheiro, e vai tomar conta de toda a reserva ianomâmi?" "Por que é que nós brasileiros precisamos ser tao submissos e permitir que essas entidades supranacionais venham aqui intervir em nossas vidas?"




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