Segundo os dados da Otan, 13 mil soldados da Aliança Atlântica foram mobilizados na Macedônia, com o objetivo de partir para Kosovo, mas somente no caso de um acordo de paz e para comprovar sua colocaçao em prática. Esse número deve subir nas próximas semanas a 16 mil, ou seja, o teto autorizado pelo governo macedônio.

Esses números sao regularmente questionados pelos meios macedônios de comunicaçao, na opiniao dos quais a Otan, sem dizer, está instalando um dispositivo que supera amplamente esta única missao e prepara na realidade um esquema ofensivo.

Seja qual for a realidade no terreno, os dirigentes macedônios sabem bem que em caso de ofensiva terrestre para Kosovo, Skopje nao terá os meios políticos para opor-se a que o país seja utilizado como uma das principais bases para as tropas da Otan.

Ex-ministro das Relaçoes Exteriores e do Interior, o professor Ljubomir Frckovski explicou que o interesse da Macedônia é evidentemente manter-se à margem do conflito tanto tempo quanto for possível. "Quando chegar o momento da verdade, teremos de nos comprometer claramente (junto à Otan), mas até entao será oficialmente nao", resumiu.

O ex-ministro lembrou que do ponto de vista estratégico e militar, dois terços dos acessos a Kosovo estao na Macedônia. Boa parte da fronteira entre Kosovo e Albânia é montanhosa em demasia.

O ministro macedônio de Informaçao, Rexhep Zllatku, admitiu também que seu país nao teria os meios para opor-se a que seu país seja utilizado como base das operaçoes da Otan. "Nao sou um conhecedor, nem um tático, mas me parece que os soldados da Otan começarao por uma limpeza completa de uma faixa de 20 km no interior de Kosovo para poder entrar com mais facilidade". "Depois, atacarao simultaneamente por três lados, talvez cinco", precisou.