Política Titulo Só no papel
Prefeitos ainda patinam com promessas da campanha de 2012

Seis a cada dez grandes propostas realizadas na
campanha da última eleição seguem sem efetivação

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
02/05/2016 | 07:01
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André Henriques/DGABC


Os prefeitos do Grande ABC ainda patinam para efetivar lista de promessas firmada durante a campanha eleitoral de 2012. Na reta final de seus mandatos, restando somente oito meses para conclusão dos respectivos governos, quando a maioria entrará na disputa pela reeleição, os chefes de Executivo da região, conforme levantamento do Diário, que compilou na data da vitória nas urnas as principais propostas elencadas no decorrer da empreitada aos munícipes, estão devendo o cumprimento de 59,8% dos projetos. Isso significa dizer que de cada dez pactos colocados na ocasião, seis não possuem desfecho, sem sair completamente do papel.

O plano de governo dos então candidatos tornou-se fardo para os hoje detentores de cargo no Paço. Maioria dos gestores locais tem justificado no período que a situação de crise econômica no País afetou a execução de projetos. Em Santo André, por exemplo, de 16 propostas de destaque levantadas no rol dez (62,5%) permanecem sem finalização por parte do prefeito Carlos Grana (PT). Entre elas, a implantação de quatro UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 Horas na cidade e a criação de 12 creches. O petista entregou na sexta-feira um equipamento de UPA ao reformar e ampliar o PA (Pronto-Atendimento) Central. Em relação às creches, apenas duas foram inauguradas até hoje.

“As obras mais importantes em andamento são as novas creches. Nós entregamos creche no Jardim Milena, no final do ano passado, e a do Parque Andreense, recentemente. Nós lançaremos mais três creches: a do Homero Thon, do Jardim Carla e a do Sítio dos Vianas. Tenho certeza de que até julho nós inauguramos todas essas. E depois temos outras cinco em andamento: no Jardim Rina, Jardim Mirante (duas), no Jorge Beretta e no Guaratinguetá. Isso nos dá condição bem mais confortável em relação ao número de vagas oferecidas de zero a três anos, que é a demanda reprimida que nós temos”, sustentou Grana.

Além destes dois eixos, constam ainda no programa do prefeito andreense a implantação de duas subprefeituras e construções da segunda alça do Viaduto Adib Chammas, no Centro, e viaduto para transpor Avenida dos Estados, no bairro Santa Terezinha – projeto alterado para alteamento da via na altura do Viaduto Castelo Branco. O Paço já descartou a ideia de descentralizar a Prefeitura. As duas obras viárias mencionadas, por sua vez, poderiam ter avanço em caso de assinatura de contrato junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o que ainda não aconteceu. Outras propostas importantes referem-se a transformar o Estádio Bruno Daniel em arena multiuso e retomar o plano de reestruturação do Eixo Tamanduateí.

Em São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho (PT) é o único que se reelegeu há quatro anos. Para o petista da maior cidade da região, o percentual está em 56,2% - de 16, nove ainda não foram concluídas. Construção do piscinão e estacionamento vertical na área do Paço, finalização do Museu do Trabalhadores e implantação de 12 corredores de ônibus são algumas das intervenções ainda em aberto. Construção de ponte sobre a Via Anchieta, implementação do PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) dos servidores, e criação de transporte fluvial (catamarã) de passageiros da região da Billings complementam lista de promessas não cumpridas. Outra proposta está relacionada a reduzir progressivamente o número de alunos por sala.

O chefe do Executivo de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), o índice é de 46,6% – faltam sete de 15 principais obras. O peemedebista não retomou, por exemplo, o programa João de Barro, que reformava cortiços. Executar construções de unidades habitacionais suplementadas, criação do Hospital e Casa Dia do Idoso e transformação do Hospital São Caetano em atendimento referencial encabeçam o rol de propostas não realizadas, bem como triplicar a rede de ciclovias da cidade, retomar incentivo do AD São Caetano e incentivas instalações de empresas do ramo de Tecnologia da Informação.

Diadema, com Lauro Michels (PV), é o município que possui o maior percentual de promessas não cumpridas no Grande ABC. O número calculado está em 80% – de 15 propostas, 12 ainda precisam de evolução. Criar bolsões de casas noturnas nos moldes da região da Avenida Kennedy, em São Bernardo, e Rua das Figueiras, em Santo André, não saíram do papel. A ideia era implantar plano na Avenida Sete de Setembro, no Centro. Criar polo turístico no Eldorado, implementar plano de cargos aos servidores, construir seis creches – algumas noturnas –, abrir cursos pré-vestibulares gratuitos e viabilizar duas UPAs entram também no quadro negativo. Outro plano que ficou no passado é corte de 35% dos cargos comissionados. Apesar da crise, a medida foi abandonada.

Em Mauá, o prefeito Donisete Braga (PT) registra índice de 56,2% de promessas sem conclusão – de 16 itens, restam ainda nove da lista. Três propostas sem terminar se destacam no rol do petista: estadualizar o Hospital Doutor Radamés Nardini, articular a chegada de unidade da UFABC (Universidade Federal do ABC) e recolher os impostos da Refinaria de Capuava, que continuam na direção de São Caetano e Barueri. A construção de oito creches e criação de cinco CEUs (Centros Educacionais Unificados) – entregou apenas um –, bem como erguer restaurante popular no Jardim Zaíra se mantêm no campo das promessas.

Ribeirão Pires, de Saulo Benevides (PMDB), tem 71,4% de grandes projetos não cumpridos – dez de 14 propostas. Implantação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida na cidade, erguer fábrica de chocolate e construir minirrodoviária no Centro Alto, interligada à rodoviária, assim como criar subprefeituras do Jardim Caçula e Quarta Divisão se arrastam no período, sem avanço.

Em Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB) obtém índice de 46,6% – de 15, sete faltam andamento. Programa de incentivo para instalação de empresas não poluentes, criação do Centro de Referência do Idoso e implantação de Parque Ecológico no Santa Tereza não tornou-se realidade.




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