Não é de hoje que a medicina esportiva no mundo tem evoluído e auxiliado atletas desde países de Primeiro ao Terceiro Mundo em recuperações, sejam leves, médias ou graves. E um estudo da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, Estados Unidos, está ajudando na recuperação do zagueiro Toninho, do Santo André. Denominado de Impact (impacto, em inglês) e originalmente realizado em jogadores de futebol americano, o método é utilizado pelo médico Eduardo Almeida - pós-graduado na instituição norte-americana em medicina esportiva e cirurgia de joelho - para controlar a recuperação da fratura que o atleta sofreu no crânio.

Há duas semanas o zagueiro andreense sofreu choque de cabeça com Esley, do América-RN, e está voltando às atividades após período em repouso absoluto. E sua evolução neurológica é tratada um passo por dia. "Começamos com caminhada leve. Se ele reclamar de dor de cabeça ou mal estar, repetimos a atividade no dia seguinte. Se não, vamos ao próximo passo, que é a musculação. Depois vem corrida no campo, corrida com passada mais aberta, prática do esporte sem impacto e depois, por fim, já com contato", explicou o médico. "O importante é que estamos sempre avaliando se há queixa neurológica. Acaba a atividade e ele já nos avisa sobre como está, se passou a noite bem."

Toninho não esconde a felicidade por estar de volta à ativa. "É a melhor coisa, porque eu já tinha ficado dois meses parado por lesão no joelho esquerdo (que durou desde antes da parada para a Copa do Mundo), voltei e me machuquei de novo. Ainda dói um pouco, mas estou mais feliz, dormindo mais tranquilo", comemorou o zagueiro andreense.

Ainda não é possível saber ao certo porque depende muito da resposta do organismo de Toninho, mas sua expectativa é retornar aos treinos com bola ao lado dos companheiros nos próximos dias. "A expectativa é grande para isso e a vontade é maior ainda", disse o jogador, que passou o fim de semana trabalhando. "Vale a pena o sacrifício."

Pior do que estar afastado, porém, é a atual situação do time. "Está complicado. É difícil ver os companheiros trabalhando para reverter tudo isso e estar de fora sem poder ajudar. Seria melhor comigo dentro de campo. Mas as vitórias virão", concluiu Toninho.