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Febem é uma novela cada vez mais longe do fim
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
08/04/2007 | 07:04
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O assunto ‘instalação de duas unidades da Fundação Casa (ex-Febem) em Santo André’ promete se arrastar por mais um período. A situação atual é similar a de 2006, quando Prefeitura e governo do Estado chegaram a um acordo somente quando o prefeito João Avamileno (PT) ficou frente a frente com o então governador Claudio Lembo (PFL).

À época, o acordado foi que o bairro Campo Grande, na divisa do subdistrito de Paranapiacaba com a cidade de Rio Grande da Serra, abrigaria a Febem. Mas mudanças de plano do atual governo estadual fizeram com que a discussão voltasse ao ponto de partida.

Agora, desde que o secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Marrey, anunciou que Campo Grande (indicado pelo governo andreense) era impróprio para abrigar os prédios da Febem por se tratar de área de manancial, não houve avanços na questão.

Marrey diz estar aberto a negociações com a Prefeitura. De outro, Avamileno afirma não existir qualquer possibilidade de que ocorra a indicação de outra área na cidade. O impasse deve se arrastar até que haja um encontro oficial entre as partes, o que tudo indica, está difícil acontecer.

O assunto irrita Avamileno. Segundo ele, o governo estadual desrespeitou Santo André ao reprovar a área pela imprensa. “Até agora, desde o anúncio pelo Diário, ainda não fomos comunicados oficialmente da decisão”, lamenta o chefe do Executivo.

O petista avalia que a motivação de Marrey para barrar Campo Grande foi puramente política. Avamileno se refere ao fato de o secretário ser do PSDB, mesmo partido do prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira, que encabeçou luta para evitar a Febem naquela área.

No Legislativo andreense, a maioria dos vereadores é solidária a Avamileno. Pedem ao governo estadual reavaliar a decisão e reconsiderar a possibilidade de construir a Febem em Campo Grande.

Luiz Zacarias (PR) e Marcos Medeiros (PSDB) têm defendido a tese com mais afinco na Casa.

A nova cartada de Zacarias foi conseguir apoio dos 21 parlamentares para aprovar moção de apelo ao governador José Serra (PSDB). O objetivo: barrar a Febem no bairro Sacadura Cabral e no Jardim Cristiane. No documento, o republicano lista diversos motivos pelos quais os locais são inviáveis. Entre eles, o fato de a área que o Estado detém, no Sacadura Cabral, estar sob sistema de oleoduto, de rede de gás canalizado e próxima a um posto de gasolina.

O governo estadual, por meio da assessoria, enviou nota rebatendo as declarações de Avamileno. Informa que Marrey vistoriou a área sugerida pela Prefeitura “menos de 60 dias de gestão” e que em seguida, dia 27 de fevereiro, teve audiência com a secretária de Assuntos Jurídicos de Santo André, Marcela Cherubine, e “outras importantes autoridades da administração municipal” para tratar do assunto. Garante ter oficializado a Prefeitura quanto a inviabilidade da área. E finaliza informando que o “secretário se colocou à disposição para analisar uma nova área, desde que seja uma proposta concreta”.



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