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Região se previne contra chuvas
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
30/11/2008 | 07:00
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A temporada de chuvas se aproxima e moradores de bairros que tradicionalmente ficam alagados se preparam por conta própria para sobreviver às enchentes do Grande ABC. Comportas, válvulas de retenção, elevação do pavimento e até mesmo uma rede informal de contatos fazem parte do leque de estratégias de quem convive com a ameaça em forma de nuvens escuras sobre a casa. A tragédia ocorrida em Santa Catarina aumentou a tensão.

Em 2008, os 31 pontos de alagamento da região sofreram os impactos do período de chuvas no início do ano - a mais emblemática foi o temporal de fevereiro, que mais uma vez impediu a circulação nas regiões centrais das cidades. Além do acúmulo da água, a população é refém também de pontos de deslizamento clássicos como o Montanhão, em São Bernardo, e o Jardim Santo André, em Santo André.

Para diminuir os danos, a Defesa Civil já colocou em ação o PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil) desta temporada. Mapeamento de áreas de risco e instruções à comunidade estão incluídas nas medidas tomadas pelo tenente-coronel Valdeir Rodrigues Vasconcelos, comandante do 8º Grupamento de Bombeiros, e seu grupo.

As medidas oficiais correm em paralelo às ações tomadas por quem teme uma inundação em casa. Na Vila São José, em São Caetano, a ameaça vem de São Bernardo. E é da cidade vizinha que chegam também as informações sobre o tempo para a dona-de-casa Creusa dos Santos Grigoleto, 50 anos. "Meus amigos ligam para dizer se está chovendo muito por lá. Se estiver, já começo a levantar os móveis porque sei que vai alagar por aqui", diz. As comportas e a rampa que a separa um metro e meio do nível da rua não lhe trazem segurança. Em 2000, Creusa viu a casa onde morava desabar minutos depois de deixá-la ao lado da filha e do marido. "Foi muito rápido. Em 20 minutos, a água subiu mais de dois metros e meio e a construção ruiu."

Em São Bernardo, na Vila Olga, o casal de aposentados Néri Pinto de Almeida, 74, e Therezinha de Jesus de Almeida, 72, teve de fazer por necessidade aquilo que a planta inicial já previa, deixando a casa a um metro do nível da rua. Decidiram também transformar a casa térrea em sobrado, para proteger os móveis. "Mesmo assim, continuamos preocupados", diz o marido.




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