Política Titulo Obra abandonada
Paço intensifica limpeza, mas segurança do museu é frágil

Prefeito de São Bernardo passou a retirar entulho e lixo após denúncias do Diário

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/01/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Apesar de início do serviço de limpeza e retirada de entulho e lixo na obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador –, que ficou parada e abandonada por um ano e meio –, o governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), segue sem colocar em prática plano de segurança no local.

O Diário esteve terça-feira no canteiro e constatou a ausência de dispositivos para impedir a invasão ao interior do espaço ou equipes da GCM (Guarda Civil Municipal) na proteção do local. É fácil pular a grade e entrar na obra.

Moradores das proximidades e comerciantes indicaram a entrada de pessoas na estrutura sem qualquer esforço, principalmente no período da noite. Já foram encontrados vestígios de uso de drogas dentro do complexo. Há apenas grade que cerca o local. O vigia que ficava no portão de acesso pela Rua dos Vianas não é visto há mais de um mês.

No espaço, a equipe do Diário constatou a presença de um funcionário da gestão Marinho. Ele, que pediu para não ser identificado, confirmou ser do setor de limpeza urbana e que as intervenções no canteiro foram iniciadas no sábado.

Em dezembro, o Diário mostrou com exclusividade cenário de abandono ao canteiro, prometido para janeiro de 2013 e que já consumiu R$ 18,8 milhões em verbas públicas. Dias depois da reportagem, Marinho ordenou limpeza ao interior do local, que estava com materiais jogados, lixo espalhado, entulho e mato alto.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi anunciado por Marinho em 2011, com o objetivo de enaltecer trajetória de seu padrinho político, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

DETERIORAÇÃO
No interior da obra, o cenário evidencia ainda mais a deterioração do local, além de expor vários focos para a procriação do mosquito Aedes aegypti. O primeiro andar do complexo está completamente alagado, em razão das chuvas dos últimos dias. Vários pontos dentro do prédio concentram grande quantidade de água, o que dificulta a locomoção. No chão há presença de vergalhões, que são usados para montar a estrutura, completamente enferrujados. Goteiras e infiltrações nas paredes também podem ser encontradas.

Ao telejornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo, a Prefeitura afirmou que equipes específicas vêm realizando serviço de monitoramento e controle. No entanto, a única mudança constatada ocorreu no espaço em que foi projetado o poço do elevador. Lá, a administração colocou tapume de madeira para impedir concentração de água.

No ano passado, São Bernardo liderou com folga os casos de dengue na região, registrando 2.829 ocorrências, do total de 7.403 verificações em todo o Grande ABC. 




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