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Acordo entre Sabesp e Ribeirão garante água ao Alto Tietê

Transferência do Sistema Rio Grande ficou embargada por dois dias após alagamentos

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
21/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Após dois dias embargada pela Prefeitura de Ribeirão Pires, a transferência de água do Sistema Rio Grande para o Alto Tietê, principal obra para evitar o rodízio no abastecimento da Grande São Paulo foi retomada, mas de forma parcial, em acordo feito entre a administração municipal e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Segundo a Prefeitura, a medida foi tomada após ruas do bairro Ouro Fino ficarem alagadas no dia 7, depois do início do bombeamento na Represa Billings. A interligação foi feita para transferir 4 m³/s de água do Rio Grande, ao longo de 22 quilômetros, para a ETA (Estação de Tratamento de Água) Taiaçupeba, em Suzano. No entanto, por ora, a Prefeitura acordou que a movimentação fique em, no máximo, 1 m³/s.
“A Sabesp fez um teste e liberou 2 m³ de água às 4h. Quando foi 8h, começamos a receber telefonemas de pessoas que não tinham como chegar até suas casas e empresas porque todas as ruas estavam alagadas”, contou o secretário de Meio Ambiente de Ribeirão Pires, Gerson Goulart.

A Rua Planura foi uma das que sofreram alagamento. “Não dava para sair de casa. Minha neta tinha ido à escola, liguei para a diretora e pedi que a avisasse para dormir na casa de alguma coleguinha, pois não teria como buscá-la”, conta a dona de casa Maria Ivonete de Oliveira Silva, 63 anos, que há 11 mora ao lado do Rio Taiaçupeba-Mirim.
Por precaução, a Defesa Civil interditou parcialmente três casas que estão às margens do curso d’água. “Houve assoreamento no rio, o barranco começou a cair e chegar próximo aos muros das casas”, explicou o secretário. “Mas o trabalho de jogar pedras em volta da encosta para que não ocorra o assoreamento está contendo a água”, acrescentou Goulart.

No dia 8, os fiscais da Prefeitura foram até o local e embargaram a obra, que ficou paralisada totalmente até o dia seguinte, segundo o secretário.

“Fizemos esse acordo para liberarem no máximo 1 m³/s até que as obras de desassoreamento e aprofundamento da calha de trecho do Rio Taiaçupeba-Mirim sejam concluídas, o que deve ocorrer dentro de 15 dias”, disse o secretário. “Aí, começam os testes (de bombeamento) novamente. Dentro do acordo que fizemos, ficou firmado que, toda vez que fizerem teste e liberarem, um, dois, três metros cúbicos, seremos comunicados para fazermos a vistoria, pois, se der algum problema, vamos mandar parar de novo”, completou. Ontem, o bombeamento era de 0,8 m³/s.

A Sabesp confirmou as informações e informou que a transposição segue em operação assistida.

Obra é considerada a principal do ano contra a crise hídrica no Estado

Inaugura no dia 30 de setembro, a interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê é considerada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pelo governo estadual a principal obra deste ano contra a crise hídrica. O projeto foi desenvolvido para beneficiar em torno de 1,1 milhão de pessoas em toda a Região Metropolitana, incluindo 100% da cidade de São Caetano. Foram investidos R$ 130 milhões na ação.

Para que a água seja transferida de uma represa para a outra ao longo de todo o percurso, a Sabesp instalou 12 geradores. Cada um tem potência de 1,63 MVA, o que equivale a 1.600 cavalos, maior que a de um carro de Fórmula 1.

Foram instaladas quatro bombas dentro da represa, que vão transferir a água até a margem, onde outras quatro empurram o volume ao longo de 10,5 quilômetros de tubos, superando até 80 metros de subida para transpor os morros. 




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