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Apresentamos mais um capítulo da emocionante novela...

Os bastidores de um enredo

Ademir Médici
13/08/2015 | 07:07
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“Eu era fã das novelas. No bairro em que morava, a Vila São José, não havia luz elétrica, então eu sintonizava a Rádio São Paulo o dia inteiro num rádio de pilha de 1.000 horas. Mário Jorge era um dos meus atores preferidos.”

Therezinha Maria José Cintra, de São Bernardo

As histórias do radioator Mario Jorge Montini. Retornamos ao seu relato. Admitido na Rádio São Paulo, começou a ganhar mais do que ganhava na Texaco. E estava fazendo o que gostava: novela de rádio. No primeiro dia...

E não é que eu
li a rubrica
do contrarregra!

Fomos apresentados aos redatores e de cara escalados. “Você vai entrar às quatro horas.” O primeiro papel que o produtor Agostinho Aguiar Leitão me deu foi o de mordomo. O papel me obrigava a falar pra burro. Ensaiei tudo direitinho e considerei o trabalho fácil. Fui ao microfone nervoso, mas desempenhei o papel.

Havia o contrarregra, o profissional que, nos bastidores, criava os sons (as sirenes da polícia, o cavalgar dos animais, o ruído de um incêndio, os passos das pessoas).

(Aproximando-se), o que deseja meu senhor?

Não era para ler o ‘aproximando-se’. Aquilo era a rubrica de orientação do contrarregra para assinalar os passos do personagem. E eu li. Ao sair, o diretor Augusto Baroni me orientou: “Não é para ler a rubrica”. Experiente, na hora ele nada comentou, para não me deixar nervoso. Depois, com calma, foi me explicando. Era tudo ao vivo, nada era gravado.

Caçapava...
Caçapava...
Caçapava...

Em São Caetano ninguém sabia que aquele ‘Mario Jorge’ da Rádio São Paulo era eu mesmo. Evitei usar o ‘Montini’. Aos poucos fui avisando o pessoal.

Fui escalado para o dramático do domingo, em três atos. Avisei os amigos pela primeira vez. Éramos os seis batutas: Domingos Pan (ele tinha uma casa de eletricidade com os irmãos na Rua Manoel Coelho), meu irmão Acácio, Silvio Bruno Pioli e irmão, o professor Flavio Scarlati Rocha e eu.

Eles ficaram na escuta. Na volta a São Caetano, foi uma gozação só. Eles extraíram da minha fala o personagem da estrada de ferro que dizia apenas: “Caçapava... Caçapava... Caçapava”

Nota da Memória
Em 1952, Mário Jorge Montini já era um nome consagrado na Rádio São Paulo. Trabalhava o dia todo, até altas horas. E não pôde estar com a namorada quando o barítono italiano Beniamino Gigli (1890-1957) esteve em São Caetano e se apresentou com o coro da igreja Sagrada Família. A mulher de Montini, Hilda Cavana Montini, guardou duas fotos do barítono: a da apresentação em São Caetano e um retrato autografado por ele com a data de 1951.
“Minha mãe – Maria Thereza Rossi Lorenzini – estava nesse coro e cantou com Beniamino Gigli, mas não saiu na foto. Tem a foto autografada, que está no seu manual de filha de Maria”, conta Cassia Lorenzini, nossa orientadora nesta série.


Diário há 30 anos
Terça-feira, 13 de agosto de 1985 – ano 28, nº 5901
Manchete – Sarney (presidente da República) apela à unidade latino-americana; e Ulysses Guimarães presidente despacha no Planalto
Internacional – No Japão, Jumbo explode com 524 pessoas a bordo.
Primeira Divisão – Domingo, na reabertura do Estádio Bruno Daniel, Santo André 0, São Bento 1.


Hoje...
Dia do Canhoto
Dia do Encarcerado
Dia do Economista
Dia Estadual do Jequibal, ritmo brasileiro criado em 1965 pelos maestros brasileiros, Mário Albanese e Ciro Pereira.

Município Paulista
Natividade da Serra. Criado em 1863, quando se separa de Paraibuna.

Em 13 de agosto de...
A guerra ítalo-austríaca. Do noticiário do Estadão: ‘Caças-torpedeiras austríacas bombardeiam Bari, Santo Spirito e Molfetta’.
1930 – Comissão examinadora dos reservistas do Tiro de Guerra número 34, sediado em Santo André, mas com abrangência regional, conclui os seus trabalhos. São aprovados: Alberto Savino, Alberto Bellinghausen, Armando Zampieri, Alfredo Tabat, Armando J. Novelli, Antonio Paulino Orlando, Armando Carolo, Antonio Lantieri, Augusto Brazão Junior, Clodomiro Rocco. Continua.
1935 – Inaugurada a Praça da Paineira, em Mauá.
1970 – Da linha de montagem da Chrysler, em São Bernardo, sai o 10.000º Dodge Dart. Engenheiro Fernando Almeida é o gerente da fábrica.

Santos do dia
No desenho, Bv. Irmã Dulce dos Pobres (1914 – 1992). Maria Rita de Souza Brito Lopes nasceu em 26-5-1914 na Bahia.
“Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso fechá-la.”(Irmã Dulce).
Hipólito
Máximo 




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