A prisão do estudante de Direito Luiz Felipe Akira Dias, 22 anos, na manhã de terça-feira, surpreendeu a vizinhança do bairro Santa Maria, em São Caetano, onde o rapaz morava com a mãe, irmão e os avós. De acordo com os moradores, o jovem nunca havia levantado suspeita de integrar uma quadrilha de tráfico de pessoas para o exterior.

“Foi uma surpresa para a gente. Nem desconfiava. Nunca vi nada suspeito. Para mim, ele levava uma vida normal”, contou uma vizinha que diz conhecer a família de Akira há 25 anos. Segundo ela, as viaturas das Polícias Civil e Rodoviária Federal apontaram em frente à residência do estudante por volta das 6h30. “Achei que tinham assaltado a casa deles.”

De acordo com relatos de vizinhos, Akira não costumava viajar muito, nunca esteve nos Estados Unidos, e era visto com freqüência pelo bairro dirigindo um Audi A3. Além deste, outros dois carros ocupavam a garagem do sobrado de médio porte. Segundo eles, o estudante era bem quisto na rua e não tinha inimizade com nenhum vizinho. “Fiquei abismado quando vi os carros da polícia aqui na rua. Eles estavam tirando alguns pacotes e filmando tudo”, contou um deles.

Vizinhos afirmaram ainda que os pais de Akira estão separados há cerca de dez anos. Acusado de ser um dos chefes da quadrilha, o pai do estudante, Antônio Manoel Dias, é tido como o segundo maior especialista em clonagem de cartões da América Latina e se encontra  foragido. Procurados pela reportagem do Diário na residência, os familiares de Akira não quiseram se pronunciar. “Não tenho nada para falar”, disse a mãe do estudante.