Setecidades Titulo Preocupação
Grande ABC terá projeto de eficiência energética

AES Eletropaulo apresenta ao Consórcio proposta
com objetivo de reduzir consumo em próprios públicos

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
12/07/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Com tarifas de energia cada vez mais altas, além de escassez do recurso como reflexo da crise hídrica no País, a palavra de ordem é poupar. E foi essa a proposta que a AES Eletropaulo trouxe às sete administrações municipais do Grande ABC na última assembleia de prefeitos, realizada no Consórcio Intermunicipal no dia 6.

Na ocasião, representantes da concessionária apresentaram aos gestores o programa GEM (Gestão Energética Municipal), que tem como objetivo reduzir o consumo de energia nos próprios públicos de forma eficiente.

“Sou pescador e gosto de falar: não vamos dar o peixe, mas sim ensinar a pescar. Queremos transferir o nosso conhecimento e prepará-los para que diminuam o gasto de energia em todas as suas instalações”, falou o diretor de clientes públicos da AES Eletropaulo, Artur Tavares.

O GEM teve início como projeto piloto em Itapevi, em dezembro de 2014, e em Cajamar, em fevereiro deste ano. A concessionária atende 24 municípios do Estado. “Começamos em cidades menores (a primeira possui 220.250 habitantes e a segunda, 70.710) para testar como seria o funcionamento. Agora estamos entrando em cidades de grande porte, como no Grande ABC, região que tem motor econômico, social e político importante”, destacou Tavares.

No Consórcio, a ideia foi bem recebida. “Vamos trabalhar para trazer a eficiência energética para a região. Não existe melhor forma de fazer isso que no poder público”, disse o presidente da entidade e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB).

Apresentada a ideia, a próxima etapa é estruturar as equipes de trabalho, que serão formadas por 50 a 70 pessoas em cada cidade e atuarão em todas as áreas da administração. “Faremos solenidade porque temos que dar formalismo à importância e responsabilidade que essas pessoas vão ter na gestão desse processo. Então, vamos treiná-las com consultores pagos por nós”, explicou o diretor. Como o projeto ainda está em fase de contratação dos serviços, ele informou que não é possível precisar o valor do investimento que a concessionária fará.

Após o treinamento, o grupo irá a campo para elaborar levantamento que apontará as áreas com maior gasto de energia elétrica. Com a constatação, será possível elaborar plano de ação para reduzir o consumo. “E isso vai até o setor de compra, orientando como fazer aquisições mais eficientes”, salientou. A meta de redução será proposta por cada Prefeitura. Em Itapevi, por exemplo, foi de 15%.

O período de implantação e capacitação será de aproximadamente seis meses em cada cidade.

PRÓXIMOS PASSOS

Tavares pretende se reunir com Maranhão nesta semana para definir como será a sequência das ações. “O aprendizado será estendido para diversos servidores públicos, envolvendo também os professores, então, acaba sendo um processo de educação em aula. A melhor forma de construir um País é educando as pessoas”, frisou o diretor, concluindo. “Por isso, vamos fazer um grande processo de preparação, treinamento, planejamento, análise e execução das ações para poder gerir eficientemente a energia em um momento onde precisamos cada vez poupar mais.”

Concessionária diz não se preocupar com redução do valor da conta

Poupando energia, consequentemente, a conta de luz diminui e a arrecadação da AES Eletropaulo também. Mas, segundo o diretor de clientes públicos da empresa, Artur Tavares, isso não é motivo para preocupação. “Essa ação (o programa de Gestão Energética Municipal) vai reforçar que o nosso foco é a sustentabilidade. Se ensinamos à sociedade o consumo eficiente, somos uma empresa sustentável”, declarou. “Isso é muito importante em um momento em que o País precisa cada vez mais de eficiência em energia – um recurso escasso –, para que possa ser usado pelas próximas gerações sem prejuízo”, destacou.

Em Santo André, por exemplo, a administração municipal pagou, em 2013, R$ 6,2 milhões em contas de luz, reduzindo levemente para R$ 6,1 milhões no exercício seguinte. Comparando os seis primeiros meses de 2014 e 2015, os valores dispendidos foram R$ 3,2 milhões e R$ 3,7 milhões, respectivamente.

A Prefeitura destaca que, no caso específico da iluminação pública, o Executivo vem investindo na substituição de tecnologia de lâmpadas de descarga (lâmpadas vapor de sódio ) pelas de LED, alcançando economia de 40% no consumo. “Até o momento foram substituídas em torno de 2.000 luminárias dos próprios públicos, além de 536 lâmpadas fluorescentes de 32 watts por lâmpadas tubo LED de 18 watts”, informou o Executivo, por meio de nota.

Em 2013 a Prefeitura de Mauá pagou R$ 2,1 milhões em contas de energia dos próprios municipais. Em 2014, a quantia foi de R$ 2,2 milhões. Na comparação entre os seis primeiros meses do ano passado e de 2015, de R$ 1,3 milhão passou para R$ 1,8 milhão.

As demais prefeituras da região não se manifestaram até o fechamento desta edição.

Segundo a AES Eletropaulo, nos últimos anos a concessionária investiu total de R$ 7 milhões em eficiência energética nas cidades do Grande ABC. “Trocamos lâmpadas por modelos mais eficientes em escolas, assim como equipamentos que reduzem o consumo. Conseguimos poupar um recurso muito escasso no País, que é a energia e, ao mesmo tempo, diminuir os gastos nas cidades”, destacou Tavares.




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