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Em S.Bernardo, oposição teme engessamento das contas

Morando e Alex culpam Marinho pela explosão da dívida pública, estimada em R$ 2,2 bilhões

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
30/06/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Possíveis prefeituráveis em São Bernardo na eleição do ano que vem, os deputados estadual Orlando Morando (PSDB) e federal Alex Manente (PPS) falam em temor para o futuro em relação à explosão da dívida do município, causada pela gestão do prefeito Luiz Marinho (PT).

Ontem, o Diário mostrou que Marinho deixará a Prefeitura no ano que vem com rombo de R$ 2,2 bilhões nos cofres públicos para o seu sucessor. O número foi revelado pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), elaborada pelo governo e apresentada na Câmara na semana passada. Em 2013, o deficit estava em R$ 987,5 milhões. No comparativo de quatro anos, a administração petista acresceu a dívida em 125%.

Morando teceu duras críticas ao rival político, citando descompromisso por parte do Executivo e enfatizando morosidade quanto aos projetos na cidade. “A notícia é preocupante. É uma irresponsabilidade do prefeito deixar um quadro desse. Além do endividamento, nos preocupa porque as obras estão paradas. Se a economia não se recuperar, a receita não cresce e o índice (de endividamento) só cresce. São Bernardo tem sua economia muito baseada na atividade industrial”, descreveu.

Para o tucano, o próximo chefe do Executivo, que assumirá em 1º de janeiro de 2017, pode encontrar “terra arrasada em São Bernardo”.

Como medida, Morando afirmou que espera cobrança incisiva do Legislativo de São Bernardo. “A Câmara tem de tomar medidas e acompanhar os gastos de perto, embora ele (Marinho) ainda trabalhe dentro da margem da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Porém, com certeza, é problema para o futuro”, adicionou.

Possível concorrente ao Paço pelo PPS, Alex também criticou o petista na condução das finanças do município, relatando estar “atento” quanto ao balanço a ser deixado. “Vamos seguir fiscalizando, principalmente se esses números incidirem na Lei de Responsabilidade Fiscal. Sempre foi uma das nossas maiores preocupações o fato de haver altos orçamentos para obras que ficaram paradas na cidade”, considerou.

O popular-socialista ressaltou que confia na fiscalização do TCE (Tribunal de Contas do Estado), em relação aos critérios de avaliação dos gastos públicos, garantindo que acompanhará eventual processo. “O órgão fiscalizador do tribunal é muito eficiente na condição de avaliar supostos erros. O que vamos fazer é trabalhar juntos, cobrando transparência quanto às investigações dos números”, apontou.


CENÁRIO

O governo do prefeito Luiz Marinho não conseguiu implementar o mesmo índice da dívida na receita do município.

Na mesma composição dos números da LDO, o governo Marinho projetou há dois anos arrecadação em R$ 3,7 bilhões e apresentando R$ 5 bilhões para 2016. O salto foi de 33,3%.

A LRF permite que municípios tenham dívida que possa comprometer 1,5 vez a quantia do Orçamento. O passivo que Marinho deixará ao seu sucessor corresponde a 44% da peça orçamentária, mas vem acompanhada de sinal preocupante ao próximo prefeito.  




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