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Cristovão Tezza vence Prêmio SP de Literatura
03/12/2008 | 07:00
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O que une Tatiana Salem Levy, 29 anos, ao escritor Cristovão Tezza, 56, é a vontade de sacudir os leitores com a ficção. Ambos atingem uma apatia geral, mostrando personagens de algum modo paralisados.

A narradora de A Chave de Casa, de Tatiana, é uma mulher numa cadeira de rodas, que usa a imaginação para visitar o passado. O narrador de O Filho Eterno (Record, 224 págs., R$ 34) fala de um homem que leva um paralisante soco no estômago, ao saber que o filho é portador da síndrome de Down. Mais uma vez, a literatura exorciza fantasmas.

Anunciados na noite da última segunda-feira, Tatiana e Tezza são os ganhadores do Prêmio São Paulo de Literatura 2008 na categoria Autor Estreante e Melhor Livro do Ano, respectivamente. Com o valor do prêmio, R$ 200 mil para cada autor, Tezza anunciou o fim de sua carreira acadêmica - há 22 anos é professor universitário - para entregar-se, a partir do segundo semestre de 2009, só à literatura.

Escrito ‘mais com intuição do que com racionalidade', A Chave de Casa (Record, 208 págs., R$ 32), de Tatiana, ‘fala do Brasil, pois fala de imigração'. Baseia-se numa tradição: a do povo judeu que carregava uma chave para o exílio, como símbolo da possibilidade do regresso. "Minha família não é ortodoxa, por isso a herança judaica aparece fragmentada na ficção, me interessa o vestígio", ela diz.




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