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Expedição promete traçar diagnóstico da Represa Billings

Projeto comandado pela professora Marta Marcondes, da USCS, foi lançado ontem, quando se comemorou o Dia Mundial da Água

Daniel Tossato
Especial para o Diário
23/03/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Às margens da Represa Billings, no Riacho Grande, em São Bernardo, foi lançada ontem, no Dia Mundial da Água, a Expedição Billings. O estudo será responsável por traçar detalhado diagnóstico ambiental de um dos mais importantes reservatórios da Região Metropolitana do Estado e que banha cinco cidades do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Idealizada pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o objetivo da ação é analisar a qualidade da água da represa, identificar quais são os problemas que mais afetam o manancial e traçar soluções para resolvê-los. O cronograma elaborado pela bióloga, especialista em recursos hídricos e professora da universidade, Marta Ângela Marcondes, prevê que as atividades se estendam até dezembro.

“O papel de uma universidade é sempre o de compartilhar conhecimento com a sociedade civil. Acreditamos que dessa maneira a população possa perceber o quão importante é a água”, considera Marta. Ela, que já pesquisa a Billings há 20 anos, arremata dizendo que a expedição atuará como “tomografia computadorizada da represa”, já que projeta pesquisa minuciosa.

A professora ainda explica que o projeto prevê duas etapas principais. A primeira delas consiste na coleta de material em 150 pontos do manancial, para que assim sejam registrados os dados obtidos. A expectativa é de que os resultados dessa fase inicial sejam apresentados à comunidade no mês junho, tendo em vista o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5.

A segunda parte do projeto ambiental consistirá na criação de seminários a serem apresentados em todas as cidades da região, mais a Capital, totalizando oito municípios. Nesses encontros serão debatidos os resultados obtidos através da expedição.

Além da coleta e análise da água do reservatório, está previsto também estudo para avaliar a saúde da população que reside no entorno da represa e dos pescados que se encontram nas águas da Billings.

Conforme a especialista, o último grande e importante estudo sobre o manancial foi realizado no ano 2000. Para Marta, é fundamental ter regularidade na apresentação de pesquisas para que se possa perceber as mudanças no reservatório. “Já são 14 anos sem análises, o que é muito tempo. Temos que acompanhar sempre o que está acontecendo na represa. Isso é muito importante”, afirma.

Estudo contará com apoio de Dan Robson

O estudo minucioso da Represa Billings contará com o apoio do ecoesportista Dan Robson, que percorrerá toda a margem do manancial e coletará o material que será analisado, a partir do dia 30 de março. Ele remará, ao todo, cerca de 452 quilômetros, das 9h até às 14h entre segunda e sexta-feira, até o dia 15 de maio.

Dan utilizará apenas o seu famoso bote amarelo, equipado com sondas que medirão a quantidade de oxigênio, a temperatura e a condutividade das águas da represa coletadas a cada três quilômetros percorridos.

“Já fiz esse percurso em 2010 e me lembro de ter encontrado muito lixo jogado na água naquela época. Espero não encontrar a represa dessa forma novamente”. Naquela ocasião, Dan remou durante 34 dias consecutivos e observou também esgoto e áreas assoreadas no entorno do manancial.

O ecoesportista afirma que não deseja ter surpresas ruins durante a expedição, mas que isso é quase impossível de acontecer. “Nunca se encontra a mesma situação e a mudança é sempre pra pior.”




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