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Mulheres dominam pista de São Bernardo

Todas às terças-feiras, das 18h às 21h, espaço do Parque da Juventude, no Centro, é de uso exclusivo para praticantes de skate, patins e BMX

Por Marcio Donizete
Do Diário do Grande ABC
17/11/2014 | 07:00
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Certamente, se você tiver andando pelo Centro de São Bernardo às terças-feiras no fim da tarde e tiver vontade de entrar no Parque da Juventude Città Di Marostica, verá grande fluxo de mulheres na pista de skateboarding. Isso porque o dia é simplesmente delas das 18h às 21h. As praticantes de patins, skate e até BMX (bicicross) utilizam o espaço livremente para fazer suas manobras radicais.

Uma das responsáveis por isso acontecer é a skatista profissional Renata Paschini, conhecida na modalidade como Renatinha, presidente da AFSk (Associação Feminina de Skate). Ela creditou a conquista do espaço às skatistas Juliana Martins e Valéria Borges.

“Vimos a necessidade das meninas iniciantes de ter um espaço só para elas, porque a pista é muito cheia e a garota que está começando tem vergonha de cair e medo de ser atropelada pelos homens”, explica. “Então a pista exclusiva só para as meninas colabora para tirar essa timidez, fazer amizades, distrair-se e treinar com segurança”, ressalta Renatinha.

Essa tese é reforçada por Luana Iamamoto, 27 anos, skatista desde criança e frequentadora da pista. “As meninas são cordiais, ajudam uma às outras. Cada dia é uma superação, faz esquecer dos problemas diários”, comenta Luana.

A praticante retomou o esporte recentemente após a conclusão da faculdade de Odontologia e lesão originada por tombo que levou. “Quando apaixonada pelo que faz, não tem jeito, tive de voltar”, celebra. Ela também conta que a amizade com outras skatistas é tanta que elas já viajaram para outras cidades de São Paulo só para andar de skate juntas.

Renatinha conta que até famílias usam o espaço, como mãe e filha. “Sinto-me realizada, porque você vê elas curtindo, trazendo a filha e praticando junto dela. Isso é gratificante”, celebra. “Tem casos em que a filha desistiu do skate e a mãe permanece andando”, revela, afirmando que as gerações mais antigas, algumas vezes, demonstram até mais força de vontade para continuar no skate.

Aliás, idade não é barreira para ser skatista. É o caso da fisioterapeuta Alê Estainofi, 39 anos, que está todas às terças na pista e também frequenta o parque em outros dias da semana para pegar dicas de manobras com companheiros mais experientes. “O skateboarding rejuvenesce as pessoas”, define a praticante.

De acordo com dados de 2011 da CBSk (Confederação Brasileira de Skate), cerca de 186 mil mulheres praticam a modalidade no País. Mas, pela presença constante de mulheres na pista de São Bernardo, certamente, a próxima atualização dos dados mostrará números ainda mais representativos. 




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