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Desigualdade na distribuição de renda aumentou, diz IBGE
Por Do Diário OnLine
03/12/2002 | 12:40
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A apresentação do quadro sobre a situação da população brasileira, divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), aponta que a desigualdade na distribuição de renda e no acesso aos recursos pelos mais pobres têm aumentado no Brasil. A mesma conclusão foi obtida no relatório anual sobre a situação da população mundial produzido pela ONU.

No Brasil, segundo dados do IBGE, cerca de 49 milhões de pessoas (quase um terço da população) vive com até meio salário mínimo per capita. Acrescentando as pessoas sem rendimento, chega-se à estimativa de 54 milhões de pessoas que podem ser consideradas 'pobres'. As diferenças são mais acentuadas ainda em comparações regionias: no Nordeste, a proporção de pessoas que vive com até um salário mínimo é de quase 51%, enquanto no Sudeste não chega a 18%.

No entanto, a ONU ressalta que existe um 'efeito população' no crescimento econômico que associa, entre outros aspectos, a queda de fecundidade registrada em alguns países ao crescimento econômico mais rápido. No caso brasileiro, a queda de fecundidade resultou num aumento de 0,7% ao ano no PIB per capita.

Em nível mundial, as disparidades de renda e de acesso aos diversos recursos têm se acentuado. No mundo, a diferença entre o rendimento per capita dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres aumentou de 30 para 1, em 1960, para 78 para 1, em 1994. O relatório anual retifica que desigualdade entre ricos e pobres persiste. A pobreza, a falta de saúde e as taxas de fecundidade são mais elevadas nos países mais pobres, onde a população triplicou desde 1955, devendo triplicar novamente nos próximos 50 anos.

O texto da ONU analisa as medidas mais urgentes para a redução das desigualdades, de forma a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, decididos em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD).

O documento mundial mostra que o número de mulheres que vivem na pobreza é superior ao de homens e a disparidade entre os gêneros aumentou na última década. As mulheres trabalham durante mais horas do que os homens e pelo menos metade de seu tempo é gasto em atividades não remuneradas. Com isso, grande parte deste trabalho não é incluído nos sistemas de contabilidade nacional.

Saneamento - Os investimentos nos serviços de saúde básicos constitui, nos países em desenvolvimento, apenas uma fração do montante necessário, diz o relatório mundial. Os países de baixo rendimento gastam US$ 21 dólares ao ano com todos os tipos de cuidados com a saúde, sendo a maior parte despendida em serviços curativos, em detrimento dos cuidados preventivos.

No Brasil, segundo o relatório do IBGE, apenas 31,6% da população que vive com meio salário mínimo consegue habitar domicílios situados em áreas onde há saneamento básico. No Nordeste, mesmo no grupo de pessoas que ganham mais de dois salários mínimos, 23% não possuem domicílios com condições adequadas de saneamento.




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