A alegação das montadoras de caminhões para dispensar funcionários ou diminuir a produção não é diferente da oferecida pelas fábricas de veículos de passeio.

Além da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), oferecida pelo governo federal para melhorar as vendas, as montadoras pleiteiam benefícios que também recuperem as vendas ao Exterior.

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o mercado de caminhões também vem se recuperando. Levantamento organizado pela entidade mostrou que a produção de caminhões no primeiro trimestre de 2009 foi de 23.107 unidades, contra 36.350 de igual período de 2008.

As exportações, foco das principais reclamações das montadoras, despencaram de 7.720 veículos nos três primeiros meses de 2008 para 2.643 entre janeiro e março de 2009.

Mas as vendas internas não estão sofrendo tanto. Em março foram vendidos 9.389 caminhões, contra 11.124 de março do ano passado.

As vendas foram impulsionadas pelo início da safra de grãos. Especialistas do setor, de transporte, entretanto, dizem que nem todos têm motivo para comemorar, já que o movimento de cargas está menor, por causa da redução dos negócios.

De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o resultado positivo das vendas no primeiro trimestre, além da safra, foi incentivada pela redução do IPI, tributo que representa 5% do valor de um caminhão novo. A redução do imposto para os caminhões representou uma perda de arrecadação para o governo federal de R$ 200 milhões apenas em março.