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Primeiro dia útil de integração de Diadema tem registro de filas

Cobrança de taxa é de R$ 1; usuários sem
Cartão BOM eram direcionados a guichês

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/07/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O primeiro dia útil após a determinação do Estado para a cobrança da tarifa de integração nos terminais metropolitanos de Diadema foi marcado por reclamações dos usuários e longas filas. Desde domingo, quem utiliza os ônibus municipais precisa pagar R$ 1 para utilizar os trólebus do Corredor ABD, o que antes era gratuito.

O masseiro Mauricelio Aldo, 40 anos, recebeu com surpresa a notícia da cobrança do valor. “Não foi muito divulgado. Na outra vez, teve protestos e paralisação, então já estava sabendo. Agora, pagar R$ 1 todo dia faz diferença”, afirmou ele, que mora em Diadema e faz a integração no terminal Central da cidade para se deslocar até o trabalho, em Santo André.

Outro tópico que também foi alvo de reclamação é a cobrança. Na tarde de ontem, diversas pessoas que ainda não tinham o Cartão BOM eram orientados a fazer o cadastro e a retirada nos guichês no Terminal Diadema, o que formava fila de mais de 10 pessoas.

Entre elas, o mecânico Bruno Freitas, 28, morador do bairro Eldorado. “Acredito que facilitaria se a cobrança também fosse por dinheiro. Além do cartão do metrô, vou precisar tirar outro.” Ele, que passou cerca de 20 minutos na fila, trabalha no bairro Piraporinha e afirmou que precisará pagar o valor do próprio bolso, já que nem sempre utiliza o fretado disponibilizado pela empresa.

Outra que se preocupa com o valor no fim do mês é a professora de dança Bruna Antunes, 23, que se desloca do bairro Guacuri, na Capital, para São Bernardo e faz a integração no Terminal Diadema. “É R$ 1 a mais por dia, então já fica pesado para quem precisa do transporte. De manhã, muitas pessoas estavam reclamando que não sabiam da medida e estava bem confuso. Agora (na parte da tarde) está mais tranquilo.”

“Recebi um panfleto na sexta-feira de manhã, mas já tinha de estar sendo divulgado há mais tempo, porque gerou muita fila e aglomeração. Vou ter de fazer o cartão, já que compro os bilhetes”, disse a conferente Geiza Alves, 33, que mora na Cidade Júlia, em São Paulo, e faz integração no Terminal Piraporinha.

Questionada sobre o assunto pela equipe de reportagem do Diário, a Metra, responsável pela operação dos trólebus, esclareceu que o pagamento deve ser feito por intermédio do Cartão BOM. “Excepcionalmente por uma semana, o pagamento poderá ser feito diretamente com os funcionários da Metra que estão à disposição nas catracas.”

Em relação às filas, a justificativa é em razão do afluxo maior do que o normal nos guichês e catracas e o “o objetivo é normalizar imediatamente. Para isso, em cada terminal foram instalados mais seis guichês de emissão do Cartão BOM, recarga e cobrança, com funcionários auxiliando no preenchimento da ficha cadastral. Também durante essa semana, na catraca de integração de cada terminal, foram colocadas funcionárias de apoio para agilizar e orientar melhor os clientes.”

Sobre a divulgação, a Metra disse que há informações disponíveis em todos os terminais desde a semana passada sobre mudanças, prazos e demais dados. “Com a mudança da integração, deve haver alteração no volume de passageiros e ainda não temos como avaliar. Mas a grande maioria é nos horários de picos.”

Medida foi anunciada no começo do ano e depois suspensa

A implantação da cobrança chegou a ser anunciada em janeiro e, posteriormente, foi suspensa pela Justiça. À época, o prefeito Lauro Michels (PV) chegou a protestar contra a medida – válida para quem embarca em ônibus municipal de Diadema e faz transferência em um dos terminais metropolitanos para ingressar nos trólebus.

A integração gratuita existia na cidade desde 1991. Conforme a Metra, a cobrança é para seguir decisão judicial. Em 20 de junho, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) suspendeu liminar que proibia a tarifa de integração nos três terminais.

“A cobrança faz parte do cumprimento de cláusulas contratuais com a concessionária Metra referente à execução dos serviços de substituição, conservação, manutenção preventiva e corretiva da rede aérea de alimentação dos trólebus. Este trabalho era responsabilidade da Eletropaulo e foi transferido para a Concessionária Metra em 2012. Houve também a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica”, informou a Metra. 




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