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Histórias por trás de maquiagens e glamour
Por Lukas Kenji
Especial para o Diário
31/10/2012 | 07:00
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Não tem como não reparar nas modelos que abrilhantam ainda mais as máquinas expostas no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que acontece até domingo no Pavilhão de Exposições do Anhembi. De tão produzidas e bem vestidas, elas parecem às vezes intocáveis. Não é bem assim. Por trás de todo esse glamour estão mulheres cheias de histórias para contar após ficarem 12 horas por dia sorrindo e posando para fotos.

Pode-se colocar nessa situação também os modelos masculinos - sim, eles existem e também estão espalhados pelos estandes. Em seu segundo salão, o modelo Vinicius Carnevali, 23 anos, disse que as mulheres não se intimidam e também lançam suas cantadas. "A mais comum é aquela: você vem junto com o carro?", brinca. "Tenho a impressão de que a maioria das mulheres vem ao salão acompanhadas. As vezes elas dão uma escapulida e os maridos já correm atrás e as puxam", revela com bom humor o modelo, que presta instruções sobre o utilitário Suzuki Gran Vitara.

"Já recebi até investida de homens", admite o modelo Breno Cunha, 29, que está no estande da Chrysler. "Eu tenho que ser simpático com o público. Sempre receptivo. O problema é que muita gente acaba confundindo as coisas", afirmou Cunha, que passa informações sobre motorização e preço dos carros.

Cantadas mais ousadas fizeram a modelo Franciele Almeida, 22, sair chorando da edição anterior do salão, em 2010. "As pessoas insinuam muitas coisas. Não tem noção de que estamos horas em cima de salto alto para ganhar dinheiro honesto", afirma a modelo que fica ao lado de um dos modelos mais cobiçados do evento, a Ferrari 458 Spyder.

Já Vanessa Romanelli, 27, é a representação da igualdade. Cadeirante, a modelo é símbolo da bela iniciativa da Nissan. "Cadeirante também dirige e pode ser modelo", exalta Vanessa, que afirmou que muitas pessoas se mostram interessadas por carros adaptados, caso do Grand Livina, exposto no salão.

Muito mais que automóveis...

Quem pensa que o Salão do Automóvel de São Paulo só tem atrações voltadas ao universo automotivo está completamente enganado. Além de apreciar as carangas, o público encontra muitas outras formas de diversão.

Para quem curte videogame, as opções são várias. No estande da Toyota há a possibilidade de se jogar uma partida de futebol do famoso game PES (Pro Evolution Soccer). Já na Renault, os amantes da velocidade têm a oportunidade de se divertir em um simulador de Fórmula 1. Os pequeninos também podem brincar de dirigir no estande da Fiat.

As crianças recebem atenção especial para recreação no Espaço Kids da Ford.

Quem gosta de música também é agraciado no Salão. Hoje tem show de Toni Garrido no espaço da Chevrolet. Ed Mota, Preta Gil, Ana Carolina, e a bateria da escola de samba Vai-Vai se encarregam de rolar o som nos demais dias.

A música é mais pesada no estande da Mini. "Apostamos na pegada Rock and Roll para agregar os pilares da marca: design, esportividade e masculinidade", exaltou a coordenadora de marketing Gabriela Alencar, sobre o espaço interativo da fabricante britânica.

Do lado de fora do Pavilhão de Exposições do Anhembi, o buraco é mais embaixo. A Land Rover preparou estrutura de metal para simular as irregularidades de pistas off-road. "Parece até que o carro vai tombar, mas ele quase não balança", brincou o morador de Ribeirão Pires, Diego Fernandes. A experiência é guiada por instrutores técnicos.

Já na Audi, 21 pessoas por dia têm a oportunidade de dirigir o R8 GT Spyder. Basta agendar horário para dar uma voltinha no carro de R$ 1,2 milhão nos arredores do Anhembi.

Público reclama da estrutura

Quem vem de carro para o Pavilhão de Exposições do Anhembi encontra tráfego lento nas imediações. Lentidão que continua nas longas filas de acesso à estrutura quente que abriga a 27ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.

"Se está calor do lado de fora, aqui dentro está muito mais. Minha filha de três meses está sofrendo", reclama a coordenadora de academia, Deise Passos, 29 anos. Em sua primeira visita ao salão, ela veio acompanhada da irmã, Keila Passos, 29, que tem outra reclamação: o preço. "Vim pois ganhei o ingresso. Se tivesse que pagar não viria", brinca a analista de RH.

O valor dos ingressos fica ainda mais salgado nas mãos de cambistas. Em dias úteis, eles arrematam grandes quantidades de convites a R$ 20 e vendem por R$60. "No final de semana dá para vender por R$ 100", afirma um cambista, que explica que muitos procuram ingressos com ele para escapar das filas.

Para o técnico em logística Adriano Valoto, 21, a crítica é feita pela ausência da Lamborghini no Salão. "Vim só por causa dela", afirma. Já no caso de Claudio dos Santos, 47, que veio para prestigiar os lançamentos para o mercado nacional, só elogios. "Tem muita novidade. São muitos carros de qualidade, o jeito é escolher por aquele que quando você olha, o coração bate mais forte."

As atrações musicais são o ponto forte do salão na visão do empresário Freitas Pinheiro, 52. "Tem muita coisa linda. É importante ter outras formas de divertir o público", conclui.




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