No jogo de espionagem em torno da série The Americans, a ideia é estar o mais próximo possível do inimigo. Agentes especiais se passam por pessoas comuns para não levantar suspeitas de suas ações no país no qual estão infiltrados. E a brincadeira já começa com o nome do seriado, uma vez que a trama se desenvolve em torno de uma dupla que tenta ser o mais norte-americana possível para não levantar suspeitas. Essa inversão de elementos que existem aos montes tanto na TV quanto no cinema chega amanhã à programação do canal FX, com os episódios no ar sempre nas manhãs de domingo, a partir das 10h.

Criada por um ex-agente da CIA, a história se passa nos anos 1980 e acompanha a vida dupla de Phillip (Matthew Rhys, com passagens no drama Brothers & Sisters) e Elizabeth (Keri Russell, marcada no fim dos anos 1990 pelo papel título de Felicity). Entre o cotidiano no subúrbio de Washington, eles precisam estar atentos a novas missões enviadas para eles pela KGB, a agência de espionagem russa.

O disfarce como casal ao longo de duas décadas lhe rendeu par de filhos que não faz ideia do verdadeiro trabalho dos pais. Assim como todos à sua volta, os jovens lidam com nativos da União Soviética que não têm qualquer sotaque, só falam sobre suas atividades de maneira muito privada e revelam que fizeram solene juramento.

Claro que os capítulos contam com momentos dedicados à ação e cenas repletas de perseguição, brigas e torturas. Mas The Americans tenta dar mais atenção à mudança de comportamento dos protagonistas. Sua jornada até ali é revelada aos poucos em pequenos flashbacks, passando por seus treinamentos na Rússia até aos primeiros anos nos Estados Unidos.

Conflitos internos surgem na medida em que acreditam estar sendo observados, com a possibilidade de se integrar sendo motivo de brigas entre Elizabeth e Phillip. A chegada de um vizinho que trabalha no setor de contrainteligência da CIA deixa tudo mais interessante. A tensão de uma guerra menos fria do que imaginamos faz da astúcia uma arma poderosa.