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Polícia Rodoviária do RJ é investigada por esquema de corrupção
Do Diário OnLine
02/10/2003 | 21:58
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio de Janeiro é investigada por um suposto esquema de corrupção nos postos de fiscalização da ponte Rio-Niterói (parte da BR-101). Grampos telefônicos feitos com autorização da Justiça apontam para a existência de uma quadrilha infiltrada na PRF que cobrava propina para liberar cargas e veículos apreendidos.

Reportagem veiculada na noite desta quinta-feira pelo Jornal Nacional (Rede Globo de Televisão) afirma que investigações iniciadas há um ano pelo Serviço Interno de Inteligência da PRF e pela Procuradoria da República descobriram a existência do esquema de corrupção. O Ministério Público deve denunciar na próxima semana seis policiais suspeitos de participação no esquema. Eles serão acusados de corrupção, formação de quadrilha e tráfico de influência.

Uma das gravações telefônicas flagra o diálogo entre o inspetor Manoel Salgado (ex-chefe de fiscalização na ponte) e o agente Francisco Carlos Silva (então superintendente da Polícia Rodoviária no Rio). 'Chico Preto' (apelido de Silva) pede a Salgado a liberação de dois carros (um Vectra e um Ômega) que pertenceriam ao deputado Edson da Fonseca (PL). Os veículos estariam retidos no posto Niterói-Manilha.

Outra conversa gravada mostra Chico Preto negociando com um empresário a propina que deveria ser paga para a liberação de uma carga (sem nota fiscal) que havia sido retida. O dono da mercadoria reclamava que os agentes pediam R$ 15 mil – valor que o próprio Chico Preto considerou alto. Em seguida, o então superintendente ligou para o inspetor Nilo Leal, responsável pela apreensão, para falar sobre a liberação e a propina. Chico Preto ainda manteve outro diálogo com o dono da carga, para confirmar que a liberação sairia por R$ 6 mil.

A reportagem ouviu os dois agentes citados na gravações. Ambos negaram envolvimento com o esquema. Chico Preto, que está de licença médica por ter levado um tiro de fuzil, disse que tentou "acabar com a corrupção policial" em sua gestão na PRF. "Tanto que eu sofri até atentado de morte. Eu mexi com muita gente. É a razão que eu estou sendo vítima dessa grande armadilha", afirmou à equipe da Globo.




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