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Acordos por empresa se ampliam no Grande ABC
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
15/09/2005 | 08:15
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Após duas empresas do Grupo 9 (máquinas, eletroeletrônicos e metalurgia tradicional) concederem aumento real de 3% mais reposição salarial, outras seis fábricas do setor em São Bernardo e Diadema atravessaram as negociações da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e procuraram diretamente o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) para discutir o assunto.

Outra indústria do ramo anunciou quarta-feira que concederá o mesmo índice aos seus trabalhadores: a Polimold (fabricante de moldes para máquinas industriais em São Bernardo), a terceira a oferecer aumento real de 3%, depois da Exata Master (empresa de ferramentaria) e da Elvi (cozinha industrial).

A iniciativa de procurar o sindicato e passar por cima da instância da Fiesp nas negociações reflete claramente a tentativa das empresas de evitar que o movimento ganhe força em razão do impasse nas negociações. O Grupo 9 da federação empresarial insiste em manter a proposta de aumento real de 2,09% e 4,66% de reposição da inflação.

O entrave nas conversações ocorre apesar do interesse dos empresários atenderem à reivindicação – aceita por montadoras, autopeças e empresas do setor de fundição. "Isso mostra uma divergência dentro do próprio grupo. Tanto que as empresas são obrigadas a furar a Fiesp", disparou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos José Paulo da Silva Nogueira.

O coordenador das negociações do Grupo 9, o empresário Valdemar Cardoso de Andrade, preferiu minimizar a discussão, ao argumentar que não há como impedir a vontade das empresas envolvidas. Mas ele admitiu a possibilidade de a Fiesp ficar enfraquecida nas negociações da campanha.

"Nossa orientação é para as fábricas não fazerem isso porque prejudica todo o setor. Mas não temos como segurar o que cada empresa quer fazer", salientou Andrade. A Polimold não comentou o assunto.

Mangels – A fábrica de aços da Mangels, em São Bernardo, ficou parada quarta-feira por oito horas. A greve envolveu todos os 600 funcionários da unidade, segundo o sindicato. Já a empresa informou que a paralisação durou apenas três horas e não afetou a produção. O movimento ocorreu dentro da série de paralisações iniciada para pressionar o Grupo 9 a ampliar o índice de aumento real.

A mobilização continua nesta quinta-feira, com a tentativa de parar outras cinco empresas em Diadema, que englobam cerca de 1,2 mil trabalhadores. Desde o início da semana, o sindicato já parou as indústrias Exata Master, TM Bevo, Laborturb, Elvi, Mark Grundfos e ThyssenKrupp.




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