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Lei de incentivos de Diadema é ineficaz para segurar Nakata

Legislação municipal começou a vigorar em 2018 e concede às empresas descontos em tributos mediante à criação de empregos

Yara Ferraz
05/02/2021 | 22:01
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Diadema conta desde 2018 com uma lei de incentivos fiscais para empresas. A legislação não foi suficiente para que a fabricantes de autopeças Nakata desse prosseguimento à sua história de 65 anos na cidade. A empresa anunciou na terça-feira a intenção de deixar o município, mudando-se para Extrema, em Minas Gerais, a partir do próximo mês. Com isso, 225 empregos diretos correm risco de serem extintos. Os trabalhadores estão em estado de greve para tentar fazer com que a companhia reveja seus planos.

A lei diademense concede descontos em tributos como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), ISS(Imposto Sobre Serviços) e outros. O valor abatido pode chegar a até 50%, mediante a geração de empregos, aumento de produção e investimentos.

“É extremamente válida, mas em vários casos não é suficiente. Esperamos que a nova gestão da Prefeitura endosse essa lei e que ela continue vigorando. Mas precisamos buscar mais alternativas”, disse o diretor do Ciesp Diadema, Anuar Dequech Júnior. “O que a gente pode dizer em relação ao caso da Nakata é que, para a empresa, os custos são inviáveis, embora Diadema tenha vantagens como a proximidade com o Rodoanel (Mário Covas) e o Porto de Santos, temos o problema que não é só da cidade, de custo Brasil. Não existe uma política industrial brasileira e a indústria ainda é uma das maiores pagadoras de imposto.”

Os custos elevados também são apontados pelo coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. “Há décadas não temos uma política industrial de âmbito nacional que ofereça apoio a grupos empresariais locais e atração de estrangeiros que conte com cláusula de saída. Porque não basta a empresa vir para a cidade, aproveitar a mão de obra e o mercado consumidor e ir embora como a Ford fez”, aponta.

A Prefeitura de Diadema afirmou que tem “compromisso com a geração de emprego e renda e estuda ações para atrair novas empresas e indústrias, além de fazer com que as que já estão tenham vontade de permanecer”. A administração informou que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Fonseca, tem conversado com o setor para saber quais são os principais gargalos e pensar em soluções.

Ciesp discute perspectivas para 2021
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema discute com empresários da cidade as perspectivas para a indústria em 2021, na primeira plenária do ano. Realizada por videoconferência, o encontro vai contar com empresários dos setores de máquinas e equipamentos, construção civil e metalmecânico, que estão entre os principais da cidade.

“O que com certeza vai ser abordado é a questão da dificuldade de matérias primas, que a indústria vem enfrentando desde o ano passado. Como agora, a tendência é que o mercado entre numa normalidade, ainda vamos precisar lidar com essa complicação. Também houve aumento de custo para as empresas no ano passado”, afirmou o diretor do Ciesp Diadema, Anuar Dequech Júnior.

Ele também mencionou a importância da vacinação, mesmo que a produção tenha sido mantida com a pandemia, já que é um setor essencial. “A vacinação é importante principalmente para que os empresários não tenham medo de fazer os contatos, o que está bem complicado hoje por causa da pandemia. São visitas mais restritas nos clientes e nos fornecedores, que demandam uma série de protocolos”, completou.

Participam do evento para falar sobre as perspectivas representantes da Universo Tintas e Vernizes, AutoMetal e Prensas Schuler. O encontro acontece na terça-feira. Para participar é preciso confirmar através do e-mail: dario@ciesp.diadema.com.br.
 




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