Política Titulo Ribeirão Pires
Volpi prevê situação financeira crítica na Prefeitura
Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
02/01/2021 | 00:01
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 Empossado prefeito de Ribeirão Pires na manhã de ontem, Clóvis Volpi (PL) acredita que herdará a cidade em situação financeira pior do que foi repassada pela equipe de transição de seu antecessor, o ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB). Conforme cálculos iniciais elaborados pelo chefe do Executivo, há possibilidade de ainda haver R$ 250 milhões em restos a pagar.

Uma das primeiras ações que serão realizadas por Volpi à frente do Paço de Ribeirão Pires é espécie de raio X para determinar o tamanho da crise financeira em que a cidade pode se encontrar. O prefeito, que exercerá o terceiro mandato, sustentou que precisa saber como se encontram os cofres do Executivo e também a situação das secretarias para poder delimitar seus primeiros passos.

“Acreditamos que os restos a pagar podem atingir a marca de R$ 250 milhões. Eu ainda preciso entender até onde vai esse número. Preciso analisar como está a Secretaria de Educação, por exemplo, setor no qual o prefeito anterior (Kiko) deixou deficit de R$ 4 milhões. Como eles conseguiram fazer isso? Nem os 25% de investimentos exigidos constitucionalmente foram feitos”, declarou o prefeito. “Sei que o Kiko vai assumir um cargo de gestão lá na Prefeitura de São Bernardo (comandada pelo prefeito Orlando Morando, PSDB). E ele vai gerir o que lá? Tem que mostrar para o prefeito de lá o que Kiko deixou aqui em Ribeirão”, afirmou. 

Kiko foi escalado por Morando para assumir Secretaria de Administração e Inovação são-bernardense.

Durante a sua posse na Câmara, Volpi fez discurso duro sobre o futuro da cidade. Ele pediu entendimento da sociedade, apoio político e transparência para poder encontrar solução ao que ele chama de “crise financeira” instalada no município.

“Sempre falamos que havia coisa errada nas contas da Prefeitura e que nós poderíamos estar entrando em uma situação difícil de sair, que é o deficit financeiro. Se não aprendermos a lidar com as contas, poderemos ir à bancarrota. Quero que todos que foram empossados hoje (ontem) façam reflexão sobre nossa responsabilidade nos próximos anos”, disparou. O prefeito ainda sustentou que já falta comida no prato do morador de Ribeirão Pires e que esse tipo de situação não deve ser “guardada na gaveta”.

Em recado direto aos vereadores, que também foram empossados ontem, o prefeito pediu que todos façam reflexão sobre o momento em que estão vivendo e que encontrem saídas, ainda que em conjunto, para as dificuldades financeiras – cenário agravado pela pandemia do novo coronavírus.

“Governo federal está falando em 14 milhões de desempregados. Mas esse número pode chegar a 25 milhões. Esta crise também é sentida em Ribeirão e a cidade não tem como crescer economicamente. Vamos ter a obrigação de saber como vamos colocar comida na mesa das pessoas. De como salvar as pessoas. Esse não será um governo baseado em fuxicos”, avaliou Volpi.

Filho do chefe do Executivo, Guto é eleito para dirigir o Legislativo

Filho do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), o vereador Guto Volpi (PL) foi eleito presidente da Câmara e comandará a casa nos próximos dois anos. Dessa forma, a família Volpi administrará os poderes Executivo e Legislativo.

A chapa liderada por Guto Volpi recebeu, ao todo, 12 dos 17 votos. A vereadora Márcia Cruz (PT), do mandato Coletiva de Mulheres, também apresentou candidatura à chefia da casa, mas recebeu apenas cinco adesões.

Além de Guto como presidente, a mesa diretora terá Paulo César Ferreira (PL) na vaga de vice-presidente, José Nelson Paixão (Patriota) como primeiro secretário, Sandro Campos (PSB), como segundo secretário e Alessandro Dias (Podemos) como terceiro secretário.

O Diário adiantou que Guto buscou articulação para ser eleito presidente da Câmara e que poderia até receber votos de vereadores ligados ao ex-vice-prefeito Gabriel Roncon (PTB), que ensaiou aproximação com a gestão de Clóvis Volpi. Dentre estes parlamentares, apenas Leandro Carvalho (PTB) aderiu á chapa de Guto. Amanda Nabeshima (PTB), que também estará disposta a apoiar o filho do prefeito, preferiu compor com Márcia. O filho do prefeito ocupa vaga do vereador Rato Teixeira (PTB), que comandou o Legislativo nos dois últimos anos – Rato é sobrinho do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB).

“Quero buscar diálogo e entendimento para que todos nós possamos encontrar soluções para os problemas da cidade. Uma pena que nem nossos familiares nem os nossos eleitores puderam estar presentes na posse. Vamos ver agora com a vacina se poderemos fazer um novo encontro”, declarou Guto ao encerrar a sessão.




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