Os funcionários da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) e a diretoria entraram em acordo nesta quinta-feira sobre o aumento de salários, discutido há algumas semanas. Durante assembléia, realizada às 11h no Sindicato dos Rodoviários, em Santo André, 80% dos mais de 250 trabalhadores aprovaram a proposta feita pela empresa de aumento de 6% nos salários, retroativo a 1º de setembro; abono de 9%, que será somado ao reajuste em 2005, em três parcelas de 3%, o que totaliza um aumento de 15%. Este valor será aplicado nas férias e no 13º salário. “A proposta feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) foi melhorada pela empresa e o pessoal aceitou. Não foi o ideal, mas como o processo tem sido desgastante para os trabalhadores, foi bom”, avaliou o membro da comissão de garagem Luiz Mascarini, o Luizinho.

Segundo ele, os funcionários foram liberados pela empresa para participar da assembléia, e as linhas de ônibus foram operadas por motoristas das empresas privadas de Diadema, durante a reunião. “Não houve atrito”, garantiu. Ele explicou ainda que essa última proposta formalizada pela empresa chegou ao conhecimento da comissão de garagem na quarta-feira à tarde, e a assembléia foi convocada para esta quinta-feira de manhã. Na próxima segunda-feira, o documento será encaminhado ao TST, em Brasília, para a audiência de conciliação.

Outros itens da proposta aprovada pelos trabalhadores são a garantia de estabilidade até o fim de 2004; o aumento do vale-refeição para R$ 8; e dar como reajuste o percentual que for concedido aos motoristas e cobradores das empresas privadas, que será decidido na data-base da categoria, em maio do ano que vem. “Foi uma vitória dos trabalhadores e da empresa pública”, afirmou a vereadora Irene dos Santos, que acompanhou a assembléia. Segundo ela, o resultado foi o “possível” diante das dificuldades dos trabalhadores, que estavam sem reajuste há três anos.

PDV – O PDV (Plano de Demissão Voluntária) ampliado para toda a empresa foi apreciado na assembléia. A proposta anterior, feita pela diretoria da ETCD, foi de aplicar o plano no setor de manutenção. “O PDV foi aberto para todos, mas ainda não tem data para começar. Vamos negociar para que seja permanente durante o ano que vem”, disse Luizinho. Para ele, o plano seria uma maneira de liberar os funcionários que não estivessem satisfeitos com a empresa e compensaria a estabilidade oferecida.

No entanto, esse plano não tem atrativos para os trabalhadores. “Com o orçamento apertado, eles não oferecem atrativos. Mas esperamos que também não tirem as indenizações de direito dos trabalhadores, como a multa sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).