Setecidades Titulo Arma de fogo
Desarmamento está esquecido no Grande ABC

Prefeituras e delegacias das sete cidades carecem de
campanhas, estatísticas e orientações sobre o assunto

Por Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
30/08/2010 | 07:12
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A campanha do Desarmamento foi deixada de lado neste ano pelas administrações municipais e pelas polícias Militar e Civil no Grande ABC. Foi o que constatou o Diário após questionar as prefeituras, delegacias e companhias da PM na região.

A falta de orientação sobre qual o procedimento adequado para entregar uma arma de fogo é corriqueira. Apenas alguns distritos policiais de Santo André informaram que basta entrar no site da Polícia Federal, preencher o formulário e levar a arma até o DP.

A falta de campanhas para incentivar o desarmamento vindo dos poderes municipais também é outro fato preocupante.

Para o Instituto Sou da Paz, Ministério da Justiça, governo estadual e municípios erram em não realizarem campanhas publicitárias informativas para a população.

"As campanhas, desde 2003, trouxeram resultados. O número de mortes caiu, mas precisamos manter veiculações permanentes sobre o assunto. A população não pode esquecer desse tema. Uma arma em casa é sempre risco para o dono e para a família", conta Alice Andrés Ribeiro, coordenadora de projetos da área de controle de armas do Sou da Paz.

A Polícia Federal, órgão responsável pelo controle e indenizações (leia reportagem na página 3), não respondeu aos pedidos de informações sobre o número de armas entregues no Grande ABC desde 2003. Informou, no final da tarde de sexta-feira, que iria levantar os números, fato que não ocorreu até o fechamento desta edição.

A dificuldade em obter estatísticas também é uma das barreiras do instituto não-governamental para concluir estudos. O Exército, órgão responsável pela destruição das armas, também não respondeu ao Diário sobre o que é feito com o aço.

Em pesquisa, o Sou da Paz constatou que entre 1997 e 2008 mais de 1,8 milhão de armas foram destruídas pelo Exército.

Durante os anos de 2001 a 2007, 472.855 armas foram recolhidas no País pelos cálculos da entidade e mais de 13 mil vidas foram poupadas no Estado de São Paulo, devido à redução de armas de fogos em circulação.

A prefeitura de Diadema informou que não realiza campanha de incentivo ao desarmamento desde 2008. Em duas oportunidades foram entregues 1.588 armas.

Ribeirão Pires, Mauá e São Caetano informaram que não têm projetos. A administração municipal de Santo André entrou em contato com a reportagem, mas não enviou as respostas. Os municípios de Rio Grande da Serra e São Bernardo também não responderam.




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