Quando a Fiat lançou, em 1999, a primeira versão aventureira de um carro de passeio, o Palio Adventure, talvez seus executivos não tivessem imaginado a dimensão do sucesso que essa inovação teria...

Mais de dez anos depois, o percentual de vendas dessas versões comprova que o raciocínio de seus criadores estava certo: o que importa é o visual; afinal, até mesmo quem tem um modelo 4x4 raramente o coloca na terra!

Um ano depois do lançamento, o Palio Adventure já detinha 40% do mix de vendas da perua e, nos anos seguintes, sempre esteve acima dos 50%. A Strada Adventure, lançada em 2001, tem 35% do mix; o Doblò ganhou versão aventureira em 2003, que hoje tem 55% da comercialização do veículo e o Idea Adventure, criado em 2006, tem 35%.

Seguindo esta onda, as outras montadoras lançaram seus produtos. A Volkswagen tem o CrossFox. A Peugeot conta com a 207 Escapade, que detém 40% das vendas da perua. Segundo Juliano Rossi Machado, gerente de produto da marca, o fato que mais chama a atenção para os compradores é o visual diferenciado, com o que concorda André Bassetto, gerente de produto da Renault, ao falar sobre o Sandero Stepway, que corresponde a 15% do mix do hatch. "A aparência é o primeiro motivador de compra, mas o consumidor também gosta da suspensão elevada para vencer lombadas e buracos da cidade", garante Bassetto.

Para o consultor do setor automobilístico Paulo Roberto Garbossa, a opção por versões estilizadas é comparável à escolha de uma roupa. "O carro é visto como extensão da pessoa, que escolhe o modelo que mais tenha a ver com sua identidade e a imagem que quer passar". analisa.

Outro fator lembrado por Bassetto é o custo-benefício, já que normalmente essas versões saem de fábrica mais recheadas. "Na faixa de preço do Stepway (cerca de R$ 43 mil), por exemplo, há poucas opções com o mesmo nível de equipamentos", conclui.