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Chiquinha Gonzaga tem rico e inexplorado repertório; coletânea chega às lojas neste mês e custará R$ 15

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
04/02/2010 | 07:00
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O público que acompanhou a macrossérie global em 1999 sabe que a compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foi uma mulher à frente do seu tempo e, entre outras façanhas, escreveu a primeira marchinha de Carnaval "Ô Abre Alas". Mais de dez anos após a exibição da história, a obra da carioca não avançou além dessa referência para essa geração.

Partindo desse pressuposto, o produtor musical Gilberto Assis resolveu fazer versões pinçadas do repertório de Chiquinha, que conta com mais de 1.000 músicas, com intérpretes paulistas. O resultado está na coletânea "Chiquinha em Revista", que chega às lojas neste mês pelo selo Sesc SP por R$ 15.

"As músicas estavam em gravações originais, difíceis de ouvir e entender e que não ressaltavam em nada o potencial das obras", conta Assis, que dividiu os arranjos com a mulher, a pianista Ana Fridman. "Imaginei que as pessoas que tivessem acesso a esse áudio de má qualidade poderiam nem gostar delas, o que seria uma pena, pois eu acho que a música de Chiquinha Gonzaga é a fonte de toda a música popular brasileira, Ela tinha uma riqueza melódica e rítmica e ao mesmo tempo soava simples", completa Assis.

Grande parte do material não contava com partituras disponíveis. Assis e Ana tiraram as músicas "de ouvido". "Não demorou muito, mas havia partes em que foi bastante complicado entender o que diziam nas canções ou que instrumentos foram utilizados", relata.

Assis ficou responsável pelas canções, enquanto que Ana arranjou as músicas instrumentais. "Minha parte foi fácil", brinca o produtor. "Assim que ouvia cada uma das músicas, já pensava em quem poderia interpretá-las." Nenhum dos nomes recusou a proposta e o time de cantores de Chiquinha em Revista é composto por Carlos Careqa ("Tava Assim de Português"), Ná Ozzetti ("A Sertaneja e Corta Jaca"), Rita Maria ("Fogo Foguinho"), Suzana Salles ("A Chinelinha do Meu Amor") e Vange Milliet ("Sou Morena").

Para Suzana Salles, o produtor "acertou na mosca" ao escolher os intérpretes do CD. "Eu não conhecia a música que cantei, mas o espírito da Chiquinha já estava instalado pelo meu histórico de pesquisar clássicos caipiras, daquelas cantadas pelas avós, desde sempre", diz a cantora.

CD rende série de shows

O álbum já está disponível nas lojas, mas o show de lançamento de Chiquinha em Revista ocorre hoje e amanhã, às 21h, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Quem for conferir ao vivo também poderá comprar o CD com um desconto de R$ 3.

No palco estarão presentes os cinco intérpretes do disco e mais 17 músicos - durante as gravações, a "banda" em estúdio era composta por 20 pessoas.

Segundo o produtor do disco, Gilberto Assis, a ideia é excursionar com a apresentação pelo Estado, além da rede Sesc. "Mas devemos viajar com um formato menor de apresentação".

Chiquinha em Revista - Show. Com Carlos Careqa, Ná Ozzetti, Rita Maria, Suzana Salles e Vange Milliet. Hoje e amanhã, às 21h. No Sesc Vila Mariana - Rua Pelotas, 141. Tel.: 5080-3000. Ingr.: R$ 20 (meia-entrada para estudantes e usuários da rede).




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