O etanol combustível segue competitivo no tanque dos carros flex fuel apenas no Estado do Mato Grosso, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis), referentes à semana passada.

Em 25 Estados e no Distrito Federal, a gasolina é a melhor opção no bolso no consumidor. O Estado de São Paulo, que concentra mais de 50% do consumo de etanol, continua apresentando maior competitividade para a gasolina, na média dos preços compilados pela ANP, a primeira vez que isto acontece na história. Considerando o preço médio da gasolina de R$ 2,465 por litro em São Paulo, o etanol hidratado é competitivo na região até R$ 1,7255 e, na média da ANP, o preço em São Paulo ficou em R$ 1,823 por litro, 5,7% acima do ponto de equilíbrio entre gasolina e etanol.

Atualmente, o álcool permanece vantajoso apenas no Estado do Mato Grosso, que tem registrado aumento da produção de cana mas que ainda não possui formas eficientes de escoar todo o etanol produzido.

A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a álcool é de 70% do poder nos motores à gasolina. No cálculo, são utilizados valores médios coletados em postos em todos os estados e no Distrito Federal.

A gasolina está vantajosa em 25 Estados e no Distrito Federal. Desde a semana de 16 de outubro de 2009, a gasolina passou a ser vantajosa em mais Estados do País que o etanol.

No Mato Grosso, o preço do etanol está em 62,31% do preço da gasolina. Ela está mais vantajosa principalmente no Rio Grande do Sul (preço do etanol é 89,36% do valor da gasolina), Espírito Santo (83,35%) e Piauí (81,90%).

PREÇOS - Segundo a ANP, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,44 por litro no Estado de Mato Grosso. O preço máximo foi de R$ 2,689 por litro registrado em Minas Gerais. Na média de preços, o menor preço médio foi o de Mato Grosso, a R$ 1,693 por litro e o maior preço médio foi registrado no Rio Grande do Sul, a R$ 2,327 por litro.

O levantamento também revela que os preços médios do álcool combustível subiram nos postos de 20 estados brasileiro no período analisado. As cotações caíram em seis Estados e no Distrito Federal. As maiores altas foram registradas no Amazonas (+4,82%), Rondônia (+4,34%) e Alagoas (+3,49%). As maiores quedas foram em Rio de Janeiro (-3,08%), Mato Grosso (-0,87%) e Distrito Federal (-0,80%).

Preço do combustível pode subir com união entre Shell e Cosan

A união entre Shell e Cosan, anunciada ontem, aprofunda a concentração no segmento de distribuição de combustíveis, que vem passando por forte processo de consolidação nos últimos anos.

A situação será pior no mercado de diesel, no qual as três grandes empresas - BR, Ultra e Shell/Cosan - passam a controlar 79,9% das vendas nacionais. Para o consumidor, há risco de preços mais altos, diz a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis).

"O que nos preocupa é a diminuição da concorrência. Ao invés de duas empresas que vinham com políticas agressivas em busca do mercado, teremos apenas uma", comentou o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a nova empresa terá 19,1% do mercado de gasolina, 16,2% do mercado de diesel, e 18,6% do mercado de etanol no País. Permanece na terceira posição nas vendas de gasolina e diesel, mas ultrapassa o grupo Ultra em volume de vendas de etanol, atingindo a segunda posição.