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Baterista do Police está ansioso pelo show
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16/11/2007 | 07:12
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“Adoro a Itália, é um dos meus países preferidos. Eles sabem como viver, como comer, como festejar. Mas os brasileiros fazem os italianos parecerem alemães. É tamanha a energia de fazer um show no Brasil que jamais se esquece. Não vejo a hora de relembrar o show que fizemos aí há 25 anos. E não estou falando por falar”, disse o mais que animado baterista Stewart Copeland na última quarta-feira, ao telefone, em conversa com a reportagem, para falar da Reunion Tour, a primeira turnê que o The Police faz em 23 anos.

Com clichês e frases prontas quando o assunto são as ‘sessões nostalgia’ que grandes bandas têm promovido ultimamente (vide a passagem de Roger Waters e Aerosmith por São Paulo neste ano), Copeland diz que os shows têm sido incríveis.

A julgar pelas críticas e relatos desde maio quando a turnê deu a largada no Canadá, têm mesmo.

Apesar das dissonâncias ao longo dos anos, de alguns quilos e rugas a mais, o tempo parece ter sido bom com Sting, com o guitarrista Andy Summers e com Copeland.

A banda, que em 2007 comemora 30 anos, atrai multidões de saudosistas por onde passa. Em 8 de dezembro, desembarcam no Rio, onde fazem show no Maracanã (ainda há ingressos à venda).

Nestas décadas, o baterista, famoso por suas batidas precisas e suingadas, se dedicou às trilhas de cinema (levou vários prêmios e uma indicação para o Globo de Ouro, por O Selvagem da Motocicleta, de Francis Ford Coppola) e à sua banda Gizmo, fundada em 2006 com o guitarrista David Fiuczynski.

A seguir, ele conta como é voltar ao palco com uma das bandas que mais influenciaram o cenário musical nas últimas décadas.

Esta pergunta é um tanto óbvia, mas como é voltar aos palcos com o Police, uma banda que se dissolveu no auge da carreira e deixou tantos fãs inconformados?

STEWART COPELAND – É uma pergunta necessária. Tem sido completamente diferente. Mas, ao mesmo tempo, é como se nada tivesse mudado. é como se eu tivesse sonhado e acordasse de novo no segundo grau. Como se essas décadas em que estávamos separados tivessem simplesmente desaparecido.

Mas algo de diferente tem de haver.

COPELAND – Claro. Hoje somos seres humanos melhores. Nos tornamos músicos melhores também. Não temos mais a ansiedade juvenil de provar que somos bons. Estamos mais sábios e mais sofisticados.

E mais velhos. Não há como negar que as canções de vocês entraram para a discografia básica do rock. E que muitas passaram literalmente de pai para filho.

COPELAND – É verdade. Quando tocávamos nossos projetos individuais, nossas canções passaram da categoria ‘música pop para fazer platéias dançarem’ para ‘música clássica dos anos 80 e 90’. Isso dá orgulho e assusta. Quando éramos jovens, tudo que queríamos era tocar. Nunca pensamos que a banda fosse durar mais de três anos. E veja no que deu.

Deu que pais estão levando filhos, que aprenderam a ouvir o Police na infância, aos shows, não?

 

COPELAND – Copeland – Exato. Há 25 anos, centenas de garotas de 16 anos choravam nos shows e queriam ser namoradas do Sting. Hoje são caras de 45 anos que choram ao verem a gente tocar. As garotinhas de então estão mais velhas, mas continuam lindas. Mas, falando sério, vejo que adquirimos uma responsabilidade que nunca pensamos que fôssemos ter. Como, por exemplo, o peso histórico de ter sido, e ainda ser, o Police. Só hoje percebo isso. Quando tocamos, sentimos o significado que as músicas têm para a platéia. Nosso show virou um ritual. As canções continuam frescas, mas têm significado diferente. Tivemos a sorte de termos um letrista maravilhoso. O Sting compôs canções que sobrevivem ao tempo.

Alguma novidade para o show no Brasil?

COPELAND – Vai ser um mix. Não vão faltar clássicos. Queremos nos divertir. E parece que o público também. Nunca pensei que ia haver esta loucura toda dos ingressos se esgotarem tão rápido em várias cidades.

E um novo álbum?

COPELAND – Nunca vou dizer nunca. Jamais pensei que fôssemos, depois de tanto tempo, fazer esta loucura de uma turnê mundial. Mas um disco novo está fora de cogitação por ora. Quem quiser ouvir minhas músicas novas, que escute o som da minha banda.



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