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Região alcança 700º dia de pandemia e especialistas veem crise na reta final

Projeção mais otimista é a de que situação melhore a partir do meio do ano; OMS estima que panorama pode durar até o fim de 2022

Por Anderson Fattori
Diário do Grande ABC
12/02/2022 | 08:50
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Claudinei Plaza/DGABC


O Grande ABC chega hoje ao 700º dia da pandemia da Covid, contados desde que os três primeiros casos oficiais foram identificados na região – dois em São Bernardo e um em São Caetano –, no dia 15 de março de 2020. Quase dois anos depois, 329.030 pessoas foram infectadas pelo coronavírus e 10.904 morreram. Os especialistas, no entanto, enxergam luz no fim do túnel com o avanço da vacinação. Nas sete cidades, 85,4% receberam a primeira dose, 76,1% estão com o esquema vacinal completo e 40,4% já tiveram acesso ao reforço.


Os indicadores de casos e mortes por Covid na região continuam altos, mas pela terceira semana consecutiva o número de infectados apresenta queda. Entre 16 e 22 de janeiro foram 12.698 contaminados, número que caiu para 10.980 nos sete dias seguintes e, depois, para 8.683. De domingo até ontem foram 5.836 novos diagnósticos positivos – a semana epidemiológica se encerra hoje, mas apenas a Prefeitura de São Caetano tem emitido boletins aos sábados e domingos.


Isso pode significar que a variante ômicron está perdendo a força, exatamente como ocorreu em outros lugares do mundo. Na Europa, por exemplo, a situação mais crítica durou quatro semanas. Como no Brasil a alta nos indicadores começou na virada do ano, a expectativa é que nos próximos dias seja observada queda nos indicadores, principalmente no de infectados.


José Ribamar Branco, infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente) acredita que um panorama mais favorável seja presenciado a partir de março. “Se a gente conseguir imunizar mais de 90% dos adultos com a dose de reforço e alcançar pelo menos 70% das crianças protegidas, provavelmente, a partir de março devemos ter uma grande redução dos casos e isso deve melhorar até junho. Mas precisamos observar se vai aparecer alguma outra variante que a vacina possa não ser eficiente, o que seria uma tragédia”, comentou.


O especialista acredita que o coronavírus, em breve, deve se tornar uma doença comum, como ocorreu com a H1N1. “Temos longo caminho, temos de completar a vacinação naqueles que estão atrasados, dar a dose de reforço e proteger as crianças. Com isso, acredito que teremos boa trégua e vamos conseguir transformar o coronavírus em uma doença endêmica. Mas ainda estamos em fase de aprendizado dessa doença. Apesar de 700 dias parecer muito tempo para as pessoas, é pouco tempo para a ciência. Avançamos muito com a vacina, com medicamentos que controlam melhor a doença hoje, mas ainda não vencemos essa guerra”, ressalta Branco.


O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, tem uma projeção mais pessimista e voltou a dizer ontem que a fase mais complicada da pandemia pode terminar até o fim do ano, desde que 70% da população mundial esteja vacinada até julho. “Se conseguirmos essa cobertura, a fase aguda pode realmente terminar, e é isso que esperamos. Está em nossas mãos. Não é uma questão de sorte. É uma questão de escolha”, enfatizou Ghebreyesus.  




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