Setecidades Titulo Violência em alta
Região é destaque em atlas da violência

Duas das sete cidades integram grupo das 123 que concentraram metade dos homicídios do País

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
16/06/2018 | 07:00
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Agência Brasil


Santo André e São Bernardo integram grupo de 123 cidades que concentraram, em 2016, metade dos homicídios registrados em todo o País. Isso é o que mostra o Atlas da Violência 2018 – Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo o estudo, o grupo, que representa 2,2% do total de municípios brasileiros, foi responsável por 31 mil mortes das 62.517 registradas no Brasil em 2016. Naquele ano, o País atingiu pela primeira vez na história a marca de 30 homicídios a cada 100 mil habitantes. Os dados foram produzidos com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

Ao todo, 309 municípios do País, ou seja, todos aqueles que tinham mais de 100 mil habitantes em 2016 participaram do estudo. Comparando com 2015, quando 109 municípios respondiam por metade dos homicídios no País, percebeu-se um aumento no número de cidades violentas. Na análise dos pesquisadores, o resultado é consequência de “espraiamento, desde 2000, do crime para cidades menores”.

Para o professor de Direito Penal da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e coordenador do Observatório da Segurança Pública do centro de Ensino Superior, David Pimentel de Siena, o crime tem saído de São Paulo e migrado para municípios da Região Metropolitana, que é o caso de Santo André e São Bernardo, que fazem divisa com Capital e são cortadas por grandes rodovias. “Santo André sofre muito, por exemplo, sendo divisa de bairros da Zona Leste de São Paulo, o que acarreta nos indicadores criminais.”

O especialista acredita que a inversão dos indicadores seja possível a partir de ações conjuntas. “O cenário só sofrerá alteração caso o Grande ABC comece a pensar em plano de Segurança regional por meio do Consórcio”, afirma.

O estudo divulgado ontem soma a taxa de homicídio dos homicídios com o volume de MVCI (Mortes Violentas com Causa Indeterminada) a cada 100 mil habitantes. Neste cenário, a maior parte das cidades do Grande ABC teve queda no seu índice. As exceções ficam por conta de Santo André e Ribeirão Pires (veja arte ao lado).

Chama atenção, neste caso, a interferência de indicadores socioeconômicos citados no estudo para o aumento da taxa de violência. “Analisando a correlação entre as condições de desenvolvimento humano e as taxas de mortes violentas, em geral, nos municípios com melhores níveis de desenvolvimento humano a taxa de homicídio tende a ser menor”, diz o estudo.

Procuradas pelo Diário, as prefeituras de Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires afirmaram investir nas ações policiais de seus territórios.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado, por sua vez, informou que a comparação das estatísticas criminais da Pasta com os dados do estudo “não são corretas, pois os dois levantamentos têm metodologias distintas”. 




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