Mais de 20 mil professores protestaram nesta quinta-feira na cidade mexicana de Oaxaca (sul) para pedir a demissão do governador Ulises Ruiz, depois dos conflitos de quarta-feira com a polícia, que deixaram dezenas de feridos.

Os manifestantes voltaram a ocupar a praça central da cidade, o Zócalo, de onde haviam sido expulsos violentamente pela polícia depois de três semanas de ocupação.

As forças de segurança não estavam presentes quando a seção estadual do SNTE (Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação), sob a iniciativa do governo federal, abriu negociações com o governo estadual num hotel da cidade.

"A trégüa com o governo do Estado não implica o fim da mobilização nem a suspensão da atividades", advertiu o líder do protesto, o secretário-geral da seção estatal do SNTE, Enrique Rueda.

Os professores de Oaxaca querem uma reavaliação da posição do Estado de Oaxaca, um dos mais pobres do país, para enfrentar o aumento do custo de vida e obter aumentos de salário.

Vários cartazes pediam a demissão de Ruiz, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), enquanto estudantes universitários se uniram ao protesto dos professores, que acontece em clima pacífico.

Na quarta-feira, mais de 2 mil policiais retiraram manifestantes do Zócalo. Os trabalhadores responderam com paus e pedras e, segundo fontes sindicais, pelo menos 92 pessoas ficaram feridas.

"Nos últimos cinco anos, os salários dos professores nessa região do país aumentaram 26% graças a recursos federais", assegurou numa entrevista coletiva o porta-voz presidencial mexicano, Rubén Aguilar, que pediu para o governo estadual estimular o diálogo para solucionar a crise.