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Três mil cantam com Lenine
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
10/04/2006 | 08:25
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Muitos fãs compareceram ao Parque Central domingo à tarde para ver e ouvir o pernambucano Lenine. O show fez parte das comemorações dos 453 anos de Santo André e atraiu cerca de 3 mil pessoas, segundo a Guarda Civil Municipal. Nuvens no céu ameaçavam chover, por isso muita gente levou casaco, mas o cantor parecia ter feito pacto com São Pedro e quase nenhum pingo de água caiu em uma hora de apresentação.

Lenine cantou músicas de seu último CD, In Cité, e de discos anteriores O Dia em Que Faremos Contato e Falange Canibal. O cantor se mostrou à vontade no palco, desde a camisa estampada e um transado chinelo de couro, ao balanço do corpo que acompanhava a melodia das músicas em ritmos com influências diversas como rock, música eletrônica e maracatu.

O público cantava junto boa parte das letras e mostrou empolgação ao som de Todas Elas Juntas Num Só Ser e Do It, música da trilha sonora da novela Belíssima, ambas do disco novo. Durante Candeeiro Encantado, um de seus hinos, o baterista Pantico Rocha fez uma brincadeira com a famosa frase do filme Cidade de Deus, “Dadinho é o c..., meu nome é Zé Pequeno”. Levantou a galera, que não precisava de muito mais para aplaudir o show.

A professora Mariane Panizza, 22 anos, veio de Osasco para assistir ao show com uma amiga que vive em São Caetano. “Está maravilhoso”, disse satisfeita, mesmo tendo perdido as primeiras músicas. O casal de médicos Gisela Rufino, 33 anos, e Bruno Sotil, 26, levou o filho Pedro, de 1 ano. “A gente acompanha a carreira dele, mas Pedro ainda não conhecia”, explicou Sotil.

O percussionista andreense Da Lua, que já tocou com o grupo de Lenine na turnê de O Dia em que Faremos Contato, estava no show. “Sou suspeito para falar porque sempre fui fã dele e já fiz parte da banda, mas achei muito bom. Tocar de novo com essa turma ia ser dureza”.

Depois do show, Lenine cumprimentou os fãs, ganhou camiseta, faixas e distribuiu autógrafos e recados a um pequeno público que se aglomerou próximo ao palco. “Imagina a barreira que não é para eles chegar até ali, vencer o preconceito, a timidez e uma série de obstáculos. Por isso faço questão de falar com eles”. Mas ficou surpreso com a receptividade do público. “Canções incantáveis, que para mim são difíceis de decorar, o público sabia”, afirmou, exagerando na modéstia.

Fora dos palcos, Lenine prepara uma trilha sonora para o grupo mineiro de dança Corpo e produz o novo disco de Elba Ramalho. E está compenetrado na gravação de seu acústico para a MTV. E deu a deixa para futuros convites na cidade: “Torço para voltar o quanto antes”.

Paulinho da Viola – Um emocionante encontro entre cavaquinho e violão marcou o show de Paulinho da Viola e banda no Sesc Santo André, sábado à noite, igualmente em comemoração ao aniversário da cidade. O músico e compositor carioca não desgrudou do cavaquinho, recorrendo poucas vezes ao violão, e celebrou a tradição do samba, com obras de compositores que moldaram o gênero como Sinhô, Candeia, Cartola, Lupicínio Rodrigues. Paulinho abriu sua apresentação com uma música que faz 40 anos, Canção para Maria, parceria dele com Capinam. Lembrou de seu pai, César Faria, violonista que integrou o grupo de chorões Época de Ouro, e que influenciou sua carreira, e apresentou no palco seu filho, o violonista João Rabelo. Três gerações que bebem do samba.

Paulinho mostrou seus clássicos Dança da Solidão, Coração Leviano, Pecado Capital, Timoneiro e Sinal Fechado; cantou Sei Lá Mangueira, homenagem à escola rival da Portela composta em 1968, e deixou para o bis a resposta que fez para os críticos portelenses, o hino Foi um Rio que Passou em Minha Vida, de 1970, que homenageia sua escola do coração, a Portela. Um show de emoções elegantes. Colaborou Alessandro Soares

 



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