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Cenário global acena para crise e isso vai afetar mercado local
Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
11/02/2008 | 07:10
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De todos os relatórios, indicadores e balanços divulgados por bancos, consultorias, corretoras, entidades empresariais e de governos, aqui e lá fora, na semana passada, quatro merecem destaque.

O mais representativo foi o balanço da produção industrial brasileira em 2007, pelo IBGE, que apontou para excelente desempenho da indústria de base.

Assim como o setor de papel e papelão, a indústria de base funciona como um termômetro futuro da economia, e quando os números são bons, isso representa que a indústria de transformação (automóveis, por exemplo), está modernizando o parque industrial, operando com um cenário de crescimento de produção e vendas, de investimentos e que, conseqüentemente, gerarão mais empregos e renda.

Isso explica também o aumento das importações, onde boa parte delas não se resume a ‘quinquilharias’ chinesas, mas a máquinas e equipamentos modernos.

O segundo destaque recai sobre o relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), da qual o Brasil é membro. Ele mostra que enquanto a economia mundial andará para trás, mas o Brasil e a Rússia continuarão trilhando o caminho do desenvolvimento, embora alerte que haverá mesmo retração global.

Os terceiro e quarto destaques se prendem ao Fed (o BC dos EUA) e ao G-7. Ambos consolidaram a mácula de que a economia dos EUA vai muito mais mal do que se pensa e que as principais vítimas desse processo serão as Bolsas de Valores.

O que fazer - Numa situação assim, o ideal é adotar a postura defensiva. Internamente, a Selic não sairá do lugar, a inflação está se acomodando e na linha dos investimentos, tais fatores fortalecem as aplicações de renda fixa e DI. Ativos que passem pela renda variável, como ações, dólar, ouro e derivativos devem ser evitados.

No caso das ações, prevalecerá aquilo que o mercado chama de day trade (compra e venda de ações num mesmo dia). Isso se faz necessário em função da total incerteza do cenário externo.

Se já está em Bolsa, agüente o tranco, mas priorize ações como as da Vale, Petrobras, Bradesco, Usiminas, Gerdau e Siderúrgica Nacional, papéis de excelente desempenho e liquidez, embora estejam sendo punidas pelo capital especulativo de investidores estrangeiros que estão buscando um lucro aqui para tapar o rombo dos prejuízos lá fora.




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