O baixo preço do dólar e a concorrência com os produtos asiáticos causaram grande estrago na indústria têxtil brasileira em 2007. O setor encerrou o ano com déficit de US$ 644 milhões na balança comercial, um resultado 1.851,52% maior que o registrado em 2006, quando as importações ficaram apenas US$ 33 milhões maiores que as exportações do setor.

Nos últimos sete anos, a pauta de comércio exterior do setor têxtil ficou no vermelho três vezes, sendo a maior delas em 2000, com saldo negativo de US$ 384 milhões.

O balanço foi divulgado pelos sindicatos Sindivest e Sindiroupas, que representam as indústrias têxteis e de vestuário no Estado de São Paulo.

“Não temos condições de concorrer com os produtos importados da China”, afirma o presidente do Sindvest/Sindiroupas, Ronald Masijah. Segundo ele, o déficit é atribuído, principalmente, ao aumento de 40,5% nas importações, que atingem principalmente o segmento de vestuário.

No ano passado, as importações no segmento de manufaturas têxteis responderam por quase todo o déficit: US$ 592 milhões. As compras externas cresceram 49,7% neste segmento, totalizando US$ 1,58 bilhão. “O setor de vestuário é um dos que mais sofre com a concorrência chinesa”, avalia Ronald Masijah. Apesar do mal desempenho, alguns segmentos tiveram fôlego para superar as adversidades, como o de produtos confeccionados, que teve saldo positivo de US$ 58 milhões.