Setecidades Titulo Caso Eloá
'Ele foi lá para matar', afirma promotora

Daniela Hashimoto usará no julgamento de Lindemberg, que matou Eloá, a tese de violento

Por Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
11/02/2012 | 07:00
Compartilhar notícia
Marina Brandão/DGABC


Para a promotora de Justiça Daniela Hashimoto, responsável pela acusação de Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, o perfil do réu foi traçado como possessivo, agressivo, violento e manipulador. Nessa linha, a representante do MPE (Ministério Público Estadual) pretende construir sua tese para convencer os sete jurados de que o acusado foi para a casa da ex-namorada Eloá Pimentel com a intenção de matá-la. O julgamento do maior cárcere privado do País, ocorrido em 13 de outubro de 2008, começa a partir das 9h de segunda-feira, no Fórum de Santo André.

Além de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (ciúmes), Lindemberg é acusado por mais 11 crimes: duas tentativas de homicídio - uma contra a melhor amiga de Eloá na época, Nayara Rodrigues da Silva, que acabou sendo vítima de disparo no rosto, e outra contra o sargento Atos Antonio Valeriano -; disparo de arma de fogo e cárcere privado.

Se condenado, Lindemberg poderá receber penas de 50 a 100 anos pelos crimes cometidos, segundo a promotora. Porém, vale lembrar que a pena máxima no Brasil é de 30 anos.

"Ele foi para lá com a intenção de matar. Toda a história começou há 30 dias, na época, quando já a ameaçava, vigiava e ia na porta da escola", ressaltou Daniela, durante entrevista ontem pela manhã, na sede do MPE. A promotora tem dez anos de carreira - nesse período, apenas por um ano e meio ficou fora do júri.

Daniela acrescentou: "Quinze dias antes, chegou a agredir Eloá e a ameaçou ‘se não for minha não será de mais ninguém'. O que mostra uma pessoa extremamente possessiva".

TESTEMUNHAS

A promotora arrolou cinco pessoas como testemunhas de defesa, além de Nayara e Atos, Victor Lopes de Campos e Iago Vilela de Oliveira, colegas de classe da vítima e que também foram mantidos reféns. Já o irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel dos Santos, é considerado peça-chave para traçar o perfil do réu. "Ele presenciou momentos de agressão de Lindemberg, antes e depois da invasão", afirmou.

Indagada sobre o motivo de a mãe (Ana Cristina Pimentel) de Eloá não ter sido incluída como testemunha, a promotora respondeu que ela não fez parte do fato. "Sou leal às provas do processo", explicou.

A advogada do réu, Ana Lucia Assad, juntou aos autos 14 testemunhas, das quais seis jornalistas que cobriram o caso. Até hoje, Lindemberg usou da premissa constitucional e não se manifestou nas audiências. Procurada, a advogada não deu retorno ao Diário.

Jurados ficarão incomunicáveis em hotel de Santo André

A previsão inicial é que o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes dure três dias. Sem alojamento nas dependências do Fórum de Santo André, os sete jurados serão levados, individualmente e com proteção policial, para hotel da cidade.

A ordem é mantê-los incomunicáveis. Inclusive cada jurado será acompanhado de um oficial de Justiça e permanecerá em um quarto. No local, pontos de internet, televisão, rádio e telefones foram retirados.

Antes de cada jurado entrar no seu quarto, haverá uma revista diária à procura de qualquer tipo de escuta telefônica para resguardar a incomunicabilidade.

De 25 jurados previamente escolhidos, serão sorteados sete - defesa e acusação podem recusar até três no dia.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;