Apesar de o consumidor desembolsar seu 13° salário para quitar dívidas, refletindo no recuo de 0,4% na inadimplência em janeiro contra dezembro, o resultado não foi suficiente para se equiparar ao percentual obtido em 2011. Na comparação com este ano, os calotes avançaram 16,6%, segundo a Serasa Experian.

Economistas da consultoria explicaram que desde o terceiro trimestre de 2011 o consumidor endividado tem priorizado sair do vermelho. As dívidas com bancos e a inadimplência com cheques sem fundos puxaram o recuo do indicador, em 2,3% e 8,1%, respectivamente. Já débitos vencidos no cartão de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços (telefonia, luz e água) e os títulos protestados contribuíram para que os calotes caíssem, como tem sido verificado nos últimos quatro meses de 2011, mas que se inverteu no início do ano na comparação com janeiro de 2011.

Já na metodologia da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), que avalia apenas os gastos dos consumidores no varejo, o aumento das dívidas atingiu 2,91% em janeiro, contra o mesmo mês do ano passado. Segundo dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), esta é a primeira vez em três anos que o indicador abre o ano em alta.

"O País está tornando os bancos acessíveis às classes baixas, que entram no sistema de cartão sem ter experiência sobre o seu melhor uso. Essas classes ainda não se acostumaram com o maior poder de compra e acabaram se endividando", ressaltou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior. (com ABr)