Dois funcionários do Ministério da Justiça prestaram depoimento à Polícia Federal no final de semana, voluntariamente, e contaram que foram chamados pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e questionados sobre a possibilidade de ser instaurada uma investigação contra o caseiro Fracenildo Santos Costa.

O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, disse que foi chamado à casa de Palocci e que levou o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Cláudio Alencar, porque não dominava os assuntos da Polícia Federal. Na casa do ex-ministro, conversaram sobre dois assuntos.

O primeiro foi a possibilidade de fazer com que a Polícia Federal passasse a comandar as investigações sobre as denúncias de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto. Eles responderam ao ex-ministro que iriam estudar um instrumento jurídico para levar o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Já o segundo assunto era referente a Francenildo. Na versão de Goldberg e Alencar, Palocci não mostrou os extratos bancários do caseiro, mas contou que possuía a informação de que havia dinheiro da conta de Francenildo incompatível com a renda dele.

Os dois funcionários do Ministério da Justiça, então, afirmaram que não tinham como investigar o caseiro sem provas de seus depósitos bancários. No dia seguinte à conversa, eles chegaram a fazer uma consulta e confirmaram que, sem provas do saldo, não haveria como investigar o caseiro.

No depoimento prestado neste final de semana, Goldberg e Alencar também contaram que se reportaram ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, sobre o teor da conversa que tiveram na casa de Palocci. Ele disseram ainda que o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso esteve na casa de Palocci na mesma noite em que conversaram com o ex-ministro.