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Santo André continua com entulho em áreas impróprias
Por Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
22/02/2010 | 07:01
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Muito entulho, lixo doméstico e materiais diversos como sofás, cômodas, capacetes, colchões e até caixa de som foram vistos, ontem, pelo Diário, espalhados em áreas residenciais em Santo André, impróprias para o descarte.

Para combater o descarte irregular a prefeitura anunciou, no final da semana passada, que intensificou a fiscalização. Segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), caminhões vindos de municípios vizinhos estariam descarregando o lixo em terrenos na periferia de Santo André, principalmente em regiões de fronteira.

Na Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo, no Centreville, há entulho em toda a extensão do córrego Cassaquera, que margeia a via. Moradores convivem com ratos e mau cheiro. "Tem morador, vem carroceiro mas também aparece muito caminhão de madrugada. Há uns dias acordamos assustados com o barulho feito por um caminhão despejando um monte de coisa lá dentro do córrego", relatou a manicure Debora de Almeida, 29 anos, moradora do lugar há 12 anos.

O metalúrgico Valdinei Vaz de Sousa, 39 anos, mudou há cerca de um ano para o número 40 da avenida com a esposa, Silvana de Sousa, 40 anos, e o filho de 15 anos. Para evitar que o lixo se acumule no trecho em frente da sua casa, ele fez um pequeno jardim com plantas e flores. "Desde que mudamos ligamos na prefeitura para tomar alguma providência sobre o lixo e, principalmente, sobre o buraco que está aumentando por causa das chuvas", relatou Valdinei, referindo-se a um buraco que toma parte de metade da avenida. Outro problema relatado pelos moradores foi o grande fluxo de caminhões, que seguem para o aterro do Cassaquera.

Um pequeno terreno no cruzamento da Rua Cerquilho com a Rua Horácio Bento, no Jardim das Maravilhas, também está sendo usado para descarte de material. "A gente sabe que isso aqui não são os moradores que jogam", comentou a moradora Lúcia Pedro da Silva, de 43 anos.

Caçambeiros pedem novo local para descarte

Os profissionais que atuam com aluguel de caçamba, em Santo André, estão com dificuldade de encontrar um local adequando para o descarte dos resíduos. Segundo eles, desde o dia 10 de fevereiro o Aterro Lara, onde parte das caçambas eram despejadas, aumentou o valor de R$ 15 para R$ 120 a tonelada do entulho limpo, sob a justificativa de que o entulho está chegando misturado com terra e lixo doméstico. "O valor inviabiliza o negócio. Cobrávamos R$ 160 pela locação da caçamba, que tem capacidade para cerca de R$ 7 toneladas", comentou o empresário do ramo, José Milaré, 59, que atua há 14 anos com o serviço de caçambas.

Atualmente, ele e alguns colegas fazem o descarte em um transbordo com pouca capacidade e outros fazem nos aterros clandestinos.

"Para solucionar o problema é preciso destinar uma área própria para a gente trabalhar, separar o material. Pedimos uma reunião com a prefeitura mas até agora não fomos atendidos", disse Milaré. O Semasa afirmou que vai entrar em contato com todas as pessoas citadas na reportagem para buscar soluções.

Moradora perde casa por causa de enchentes

Lúcia Pedro da Silva, que denunciou o lixo que se acumula no terreno da Rua Cerquilho, no Jardim das Maravilhas, mora na Rua Horácio Bento, número 41, há dez anos. Desde dezembro, ela e a família vêm sofrendo com as enchentes provocadas pelas fortes chuvas na região. Para evitar que alguma tragédia acontecesse, no último dia 7 se mudou, com o marido, para a lavanderia do vizinho da frente.

"A casa estava sempre inundando. Corri antes que caísse. Já tinha muitas rachaduras e ficamos com medo de acordar debaixo dos escombros", contou Lúcia, que ajudou a demolir a casa há três dias. Lúcia, que trabalha como cobradora em uma funerária, já comprou material para construir outra no lugar. "Agora vamos aterrar e ficar acima do nível da rua. Vai ser melhor", declarou.




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