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PT quer frear crescimento do PMDB
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04/02/2005 | 15:39
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O PT prepara-se para formar bloco com outro partido para segurar o crescimento do PMDB na Câmara. Em 24 horas, a bancada pemedebista saltou de 77 para 85 deputados, pondo em risco a condição do PT de maior partido da Casa, com 90 deputados. A decisão de não permitir que o PMDB assuma a dianteira foi tomada pela cúpula petista, que assegura ter entre cinco a oito deputados dispostos a entrar no partido, caso haja necessidade.

A luz vermelha acendeu no PT diante das especulações de que o ex-governador e atual secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio, Anthony Garotinho (PMDB), teria engatilhadas mais quatro filiações ao PMDB. Quarta-feira, sete deputados entraram no partido pelas mãos de Garotinho, que quer controlar a bancada, hoje nas mãos dos deputados fiéis ao Planalto.

“Se houver necessidade grave, o PT vai buscar aliados”, resumiu o líder do PT, Arlindo Chinaglia (SP). “Se continuar nesse ritmo, talvez, seja possível o PMDB nos ultrapassar. É evidente que estamos acompanhando a movimentação e sempre há a possibilidade de formar bloco.” A idéia do PT é formar um bloco de emergência, de preferência com o PC do B, que tem nove deputados. “Nossa idéia é consolidar o bloco com PSB, PDT, PV e PPS, que negociamos há quase um ano”, afirmou o líder do PC do B, Renildo Calheiros (PE).

O crescimento do PMDB e os blocos não interferem na composição da Mesa Diretora da Câmara, que será eleita dia 14. Os cargos de cada partido na Mesa foram decididos com base no tamanho da bancada em 15 de dezembro. Assim, o PT, como maior partido, ficou com a presidência e o PMDB, que tem a segunda bancada, indicará o primeiro-secretário.

Mas o número de deputados tem reflexo na escolha dos presidentes das comissões permanentes, pois a preferência para indicação de integrantes depende do tamanho de cada partido dia 14. O PT não quer perder o comando da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais importante da Casa. Mesmo assim, decidiu que o ingresso de deputados na legenda só será feito depois do dia 15.

Greenhalgh – O candidato oficial do PT à presidência da Casa, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), está sentindo na pele os desacertos da relação de alguns ministros do governo com o Congresso. Durante jantar na casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), na noite de quarta-feira, o candidato reclamou da falta de empenho de setores do governo. As queixas feitas por Greenhalgh tiveram o respaldo de líderes dos partidos aliados que centraram os ataques nos ministros da Saúde, Humberto Costa, e da Integração Nacional, Ciro Gomes. “Eu estou pagando por coisas que o governo promete e não cumpre”, reagiu Greenhalgh.



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