Cultura & Lazer Titulo
Tecnologia flexível promete revolução no mundo dos chips
San Jose
Do The New York Times
16/06/2003 | 18:54
Compartilhar notícia


Com a agilidade da velocidade da luz, um processador experimental, concebido num dos laboratórios da QuickSilver Technology, executa as três diferentes tarefas de conduzir uma ligação telefônica por meio de telefone celular. O chip descobre se o local oferece cobertura, verifica se o usuário tem autorização e, por fim, transmite a ligação.

Isso pode parecer tão comum quanto uma ligação qualquer. Mas, para um crescente número de designers de processadores, a tarefa exemplifica a mudança mais profunda na computação em décadas. Os celulares atuais exigem que três chips diferentes realizem as mesmas tarefas que o protótipo simples da QuickSilver pode executar. O segredo está em um novo tipo de arquitetura de chips conhecida como computação adaptável ou flexível.

“Até agora, o hardware tinha de encontrar o problema”, afirma Paul Master, chefe de tecnologia da QuickSilver. “Agora, podemos mudar essa realidade.”

Sob essa diferente concepção, o software é capaz efetivamente de redesenhar o circuito físico de um processador. Além de permitir que um chip realize tarefas que normalmente envolvem vários deles, a computação flexível pode também aumentar a velocidade e reduzir custo e energia em comparação aos convencionais chips estáticos, nos quais o circuito é inflexível.

“Estamos chegando a uma mudança no mundo de semicondutores”, afirma Nick Tredennick, assessor técnico da QuickSilver, que foi o designer do processador Motorola 68000, que compunha o Apple Macintosh nas décadas de 80 e 90, e agora é o editor de uma newsletter. “Há muitas vantagens nos chips adaptáveis em termos de desempenho e consumo de energia”, diz.

O movimento não está limitado às pequenas empresas que entraram no segmento, como QuickSilver e GateChange Technologies, esta uma corporação de Bethlehem, Pensilvânia, Estados Unidos. Gigantes da indústria da tecnologia, como Intel, IBM, Infineon Technologies, Motorola e Texas Instruments, também avançaram em uma outra faceta do design de processadores flexíveis.

“Até agora, o maior interesse na tecnologia é percebido entre os pesquisadores acadêmicos, que precisam testar rapidamente suas idéias”, afirmou David Ditzel, designer que é o fundador da Transmeta, fabricante de processadores compatíveis com a arquitetura Intel. “Parece uma idéia intrigante, mas não está claro quais aplicações se tornarão viáveis comercialmente”, afirmou.

Os defensores do chip flexível terão de superar as críticas segundo as quais esse processador é muito difícil de programar. Além disso, terão de demonstrar que os ganhos de velocidade e eficiência podem ser alcançadas e que a economia resultante da utilização da nova tecnologia é, de fato, real.

“Estou bem intrigado”, afirma Randall Isaac, vice-presidente da IBM para ciência e tecnologia. “Há mudanças, e este é um desafio real, mas há aplicações nas quais a flexibilidade é importante.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;