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Descontentamento com Rumsfeld é crescente entre americanos
Da AFP
14/04/2006 | 11:45
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O descontentamento em relação ao secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, cresce entre os militares dos Estados Unidos, que criticam a sua arrogância e aumentam os pedidos para que renuncie ao posto por considerá-lo responsável pelos erros cometidos no Iraque.

"Rumsfeld deve pedir demissão", afirmou Paul Eaton, um general da reserva encarregado da formação do Exército iraquiano entre 2003 e 2004. Eaton foi o primeiro a se manifestar, por meio de uma coluna publicada pelo jornal New York Times em março, por ocasião do aniversário de três anos da invasão do Iraque.

Eaton acusou o chefe do Pentágono de ser incompetente nos planos estratégico, operacional e tático e de ser mais do que qualquer outro responsável pelas dificuldades enfrentadas pelos americanos no Iraque.

Outros quatro generais da reserva, que estiveram destacados no Iraque ou ocuparam posições importantes dentro da hierarquia militar, seguiram o exemplo e pediram a demissão de Rumsfeld.

"Uma série de erros desastrosos foram cometidos" no Iraque, ressaltou o general da reserva Anthony Zinni, um ex-comandante das forças americanas no Golfo entre 1997 e 2000, segundo a rede NBC.

O general Greg Newbold, ex-diretor de operações no Estado Maior das Forças Armadas, pediu aos militares que expressem publicamente suas queixas.

Os críticos de Rumsfeld fazem referência principalmente à sua arrogância e à sua recusa em aceitar opiniões contrárias. "Rumsfeld deixou o Pentágono nas mãos de seu ego", denunciou Eaton.

"Precisamos de um líder que entenda o trabalho de equipe, um líder que saiba construir equipes, um líder que o faça sem intimidação", afirmou o general John Batiste, ex-comandante da Primeira Divisão de Infantaria do Exército americano no Iraque.

Segundo o jornal Washington Post, a reação de Batiste é ainda mais significativa porque ele rejeitou uma promoção por aceitar ficar sob as ordens de Rumsfeld.

O especialista em assuntos de Defesa Loren Thompson, do Instituto Lexington, considera que as declarações dos generais da reserva são apenas a "ponta do iceberg", pois o sentimento anti-Rumsfeld é muito maior dentro do Exército devido à sua forma de liderar.

Rumsfeld já teve que enfrentar vários pedidos para que se demitisse, particularmente provenientes da oposição democrata. Ele colocou o cargo à disposição do presidente George W. Bush quando explodiu o escândalo das torturas na prisão iraquiana de Abu Ghraib, em 2004, mas Bush se recusou a aceitar sua saída.

Diante do aumento das críticas, o homem forte das Forças Armadas dos Estados Unidos, o general Peter Pace, chefe do Estado-Maior, saiu na terça-feira em defesa de seu superior e assegurou que os militares que criticam Rumsfeld não foram obrigados a se calar.

"Este país conta com o serviço excepcional do homem que está à minha esquerda", ressaltou Pace em uma entrevista de imprensa ao lado de Rumsfeld.

O general da reserva Michael DeLong também se manifestou a favor do chefe do Pentágono, ao descrevê-lo como o diretor de uma empresa privada que se mostra eficiente.

Na quinta-feira, a Casa Branca deixou claro que o secretário de Defesa conta com toda a confiança de Bush: "O presidente considera que o secretário Rumsfeld faz um bom trabalho em um período difícil da História de nossa nação". Rumsfeld não pensa em renunciar, anunciou o porta-voz do Pentágono Eric Ruff.




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