Economia Titulo Indústria
Produção de carros é
recorde em setembro

Vendas não acompanham ritmo de fabricação
e estoques crescem nas montadoras e revendas

Por Leone Farias
do Diário do Grande ABC
05/10/2013 | 07:07
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Andréa Iseki/24.07.2013/DGABC


A indústria automotiva brasileira está batendo recordes de produção. Em setembro, foram fabricados 332 mil veículos, maior volume para esse mês na história do setor, iniciada no País no fim da década de 1950, de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ainda segundo o levantamento da entidade, o segmento também atingiu marca histórica para o período dos primeiros nove meses deste ano: 2,84 milhões de unidades produzidas.

As linhas de montagem das montadoras estão a todo vapor, mas as vendas vêm em ritmo mais lento – mostram estabilidade neste ano, com queda de 0,3% em relação a janeiro a setembro de 2012. Com isso, os estoques de carros parados nos pátios e nas concessionárias também estão subindo. No mês passado, o setor chegou aos 420 mil carros estocados, o correspondente a 40 dias para desova (tempo necessário para a comercialização, pelo ritmo atual de vendas). Em agosto, eram 36 dias. Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a faixa de 32 a 40 dias está dentro da normalidade. Pelos critérios de outra entidade, a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o volume já está acima do ideal, que seria de 30 dias para desova, o que pode afetar as margens de lucro do segmento.

Apesar da alta dos estoques, a Anfavea projeta que as vendas vão reagir e fechar o ano com alta de 1% a 2% ante 2012. Um dos fatores é o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, que retorna ao patamar normal em janeiro – o tributo para os carros 1,0 está neste ano com alíquota de 2%, que volta aos 7% em 2014. Outro, é a queda da inadimplência do consumidor, que superou 6% ao longo do ano e agora está em 5,78%.

Para estimular mais os bancos a financiarem, a Anfavea negocia com o governo mudanças nas regras do leasing. A modalidade, em que a instituição financeira fica com a propriedade do bem até a quitação total das parcelas, enfrenta dificuldades. Isso porque, se o comprador do carro tem problemas de multas atrasadas, “a Justiça entende que as instituições são solidárias na hora de pagar”, aponta o diretor de operações do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração), Carlos Eduardo Furlanetti. A ideia da associação é que o comprador seja responsabilizado sozinho por suas dívidas.

Com isso, os bancos poderiam melhorar as taxas de juros desse tipo de empréstimo, hoje muito semelhantes às do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de carros – que gira em torno de 1,55%.

Linha de crédito do BNDES é prorrogada até o fim de 2014

As empresas transportadoras e que têm frotas próprias de caminhões terão agora mais tempo para buscar o financiamento em condições especiais pelas linhas do PSI-Finame, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que essas linhas serão prorrogadas para até o fim de 2014.

Esse programa, que valeria só até dezembro deste ano, oferece juros de 4% ao ano para a compra de veículos pesados. No caso de máquinas e equipamentos, estão em 3,5% ao ano.

Com taxas tão atrativas (menores que a inflação), havia uma corrida das empresas para a obtenção desse tipo de crédito. De acordo com o presidente executivo da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o BNDES tem recebido 2.500 pedidos diários para esse financiamento.

Não está definido ainda se os juros terão alteração e, se houver, para quanto vai a taxa, mas a decisão do governo é vista como um alívio para as montadoras, que têm conseguido forte impulso nos resultados com a ajuda decisiva desse instrumento de crédito. De janeiro a setembro, as vendas de caminhões, por exemplo, registram crescimento de 13,6% ante mesmo período de 2012.

EXPORTAÇÃO - As exportações de veículos, ajudadas pelo câmbio mais favorável, estão 13,4% maiores nos primeiros nove meses do ano. Para que o segmento ganhe ainda mais competitividade no Exterior, a Anfavea se prepara para endereçar nos próximos dias ao governo federal estudo com diversas propostas relacionadas ao tema.

Entre as linhas gerais da proposta estão o financiamento aos clientes lá fora; a redução de custos com impostos que não podem ser compensados hoje nas exportações; e também a correção de uma distorção: atualmente montadoras que conquistam um novo mercado no Exterior têm de arcar com o chamado ‘preço de transferência’, em que são obrigadas a ter 15% de margem de lucro sobre a receita do representante naquele país, senão têm de pagar imposto sobre essa operação.

A indústria automotiva brasileira está batendo recordes de produção. Em setembro, foram fabricados 332 mil veículos, maior volume para esse mês na história do setor, iniciada no País no fim da década de 1950, de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ainda segundo o levantamento da entidade, o segmento também atingiu marca histórica para o período dos primeiros nove meses deste ano: 2,84 milhões de unidades produzidas.

As linhas de montagem das montadoras estão a todo vapor, mas as vendas vêm em ritmo mais lento – mostram estabilidade neste ano, com queda de 0,3% em relação a janeiro a setembro de 2012. Com isso, os estoques de carros parados nos pátios e nas concessionárias também estão subindo. No mês passado, o setor chegou aos 420 mil carros estocados, o correspondente a 40 dias para desova (tempo necessário para a comercialização, pelo ritmo atual de vendas). Em agosto, eram 36 dias. Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a faixa de 32 a 40 dias está dentro da normalidade. Pelos critérios de outra entidade, a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o volume já está acima do ideal, que seria de 30 dias para desova, o que pode afetar as margens de lucro do segmento.

Apesar da alta dos estoques, a Anfavea projeta que as vendas vão reagir e fechar o ano com alta de 1% a 2% ante 2012. Um dos fatores é o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, que retorna ao patamar normal em janeiro – o tributo para os carros 1,0 está neste ano com alíquota de 2%, que volta aos 7% em 2014. Outro, é a queda da inadimplência do consumidor, que superou 6% ao longo do ano e agora está em 5,78%.

Para estimular mais os bancos a financiarem, a Anfavea negocia com o governo mudanças nas regras do leasing. A modalidade, em que a instituição financeira fica com a propriedade do bem até a quitação total das parcelas, enfrenta dificuldades. Isso porque, se o comprador do carro tem problemas de multas atrasadas, “a Justiça entende que as instituições são solidárias na hora de pagar”, aponta o diretor de operações do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração), Carlos Eduardo Furlanetti. A ideia da associação é que o comprador seja responsabilizado sozinho por suas dívidas.

Com isso, os bancos poderiam melhorar as taxas de juros desse tipo de empréstimo, hoje muito semelhantes às do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de carros – que gira em torno de 1,55%.




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