O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, advertiu a Rússia de um risco de deterioração de suas relações com a União Européia e com os Estados Unidos, se o país se afastar do caminho das reformas democráticas.

Em discurso pronunciado nesta quinta-feira, em Vilna, Lituânia, ele afirmou que "Estados Unidos e Europa querem ver a Rússia na categoria das nações sadias, num momento em que os opositores à democracia começam a questionar os avanços da década passada", declarou Cheney, durante reunião consagrada às relações da EU e da Otan com os paises do extinto bloco soviético.

"De maneira abusiva, o governo restringe os direitos. Outras ações do governo russo continuam sendo contraproducentes, afetando as relações com outros países", estimou.

"Não há causa legítima que possa justificar a utilização do gás e do petróleo como instrumento de manipulação e de chantagem", insistiu Cheney, referindo-se indiretamente ao corte na entrega de gás russo à Ucrânia no começo do ano.

"Nada pode justificar as ações que abalam a integridade territorial de um vizinho ou que entorpecem mudanças democráticas", prosseguiu.

Em Moscou, vários deputados russos rejeitaram as críticas do vice-presidente Dick Cheney. "Quem são os Estados Unidos para dar lições de democracia à Rússia", declarou o vice-presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma), o comunista Valentin Kuptsov, à rádio Eco de Moscou.

"É preciso prestar atenção em quem está falando. Enquanto todo o mundo tenta dar lições à Rússia - do presidente da Georgia, Mikhail Saakashvili passando por Cheney, nós devemos antes de mais nada defender nossos interesses nacionais", acrescentou.