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Denúncia de remédios vencidos em Diadema causa sessão-relâmpago
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
11/02/2006 | 07:49
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Conhecida por suas sessões longas e marcadas pelo uso da tribuna, a Câmara de Diadema começou o ano legislativo com votação-relâmpago. Os cinco itens da Ordem do Dia foram aprovados pelos vereadores, que abriram mão do uso da palavra. O que apressou os trabalhos parlamentares foi a descoberta de medicamentos vencidos no almoxarifado da Prefeitura que seriam incinerados pela administração. Surpreendentemente, foi aprovado em segunda votação o projeto de lei do líder de governo Pastor Jair (PT), que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nos postos de gasolina da cidade.

A Câmara também manobrou para tentar despolitizar o caso dos remédios que seriam incinerados. Ao saberem das denúncias, a sessão foi suspensa por alguns minutos, enquanto os vereadores se reuniram no plenarinho da Casa e decidiram que o vereador Zé Dourado (PSDB) apresentaria justificativa para a falta à sessão dos vereadores Lauro Michels (PSDB) e Vagner Feitosa, o Vaguinho (PSB), argumentando que eles estavam no almoxarifado a serviço da Câmara.

"Eles não representavam o PSB ou o PSDB, e sim a instituição legislativa. Não estavam lá fazendo oposição individual, mas sim cumprindo o papel do vereador de fiscalizar", argumenta o líder do PT na Câmara Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. A Casa aprovou a proposta e os dois parlamentares, que são oposição ao prefeito José de Filippi Júnior (PT), tiveram suas faltas justificadas.

A aprovação unânime da proposta anti-bebida alcoólica do líder de governo também foi reflexo do caso dos remédios incinerados. O projeto foi criticado pela oposição e até pela situação. Na sessão da última quinta-feira, porém, passou por unanimidade, com emenda do próprio Jair que modificou o projeto original. O texto proibia a "comercialização" de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência e similares dos postos, termo que foi substituído por "consumo". Na prática, os postos poderão vender bebidas, mas não permitir o consumo no local. "Mais uma vez Diadema sai na frente", comemora Jair. Mesmo ajudando a aprovar a proposta, os vereadores bateram no projeto.

"Ele fez a emenda e acha suficiente. Para mim, dá na mesma", avisa Milton Capel (PMDB). Ele justifica ter votado favoravelmente à proposta pois houve consenso entre os vereadores para agilizar a sessão e ir ao almoxarifado. "Foi um rebuliço danado, cinco itens e todo mundo votando sim, na pressa de ir para lá", resumiu o peemedebista. "Naquele momento, agimos para salvar a sessão", completa o vereador Zé Dourado (PSDB), também contrário ao projeto. "Se você vem de outro lugar abastecer e um passageiro está com uma lata de cerveja, o dono do posto é multado. É complicado isso", critica o tucano.




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